Por Rosangela Brunet
"Uma imagem surgindo, e eu desvendando as palavras não ditas.A criação surgia em símbolos que me desarmavam .E elas me revelando o que vivia em mim .Flor de abril sem saber de mim floriu. No pulso de criança pulando no espectro das horas que não chegavam.Formas,cores e tons se misturando.Agora, eu tranquila,sei que é vida se instituindo .Longe do medo vou me saindo , me (des)encontrando, me (des)consertando , me confundindo e me (dis)persando de Não-existir; me (re)encontro com a vida que se encontra e se abre para mim.Livre assim me desafio Ser permeando o que me atravessa submerso na alma .Âmago do que desconheço,aquilo que move atingindo universos, pairando nesse tempo todo aqui dentro de mim ,e assim, me reconhecendo em ti.Sempre distraída compus cenários forjados com desejos reprimidos e negados;ia eu encenando sempre uma história disfarçada, e empurrava pra baixo o que me perdia; anulando meu viver,e sempre me abandonando de existir.Meus heróis se foram aterrorizados.E ao olhá-los assim acordei o engano que morava em mim.Aqueles que um dia amei disfarçados, eram mascarados sobrevivendo em mim , velado em meus vazios.E registravam de longe apenas os restos de vida que se me desprendiam.E rompendo de ser sempre a mesma, cindindo de estar no mesmo caminho, e engendrando uma partida, fui nesse rumor do nada diante do que não sabia;e sem lugar para existir entendi que não era mais ali que eu habitava.Sei que não é fácil a solidão dos que não sabem nascer.Mas hoje suporto meu Caos , e me enfrento todos os dias para ver uma estrela em mim .E o caos,você sabe, sempre precede a Criação e a Luz. E hoje, se eu me escolhi é porque renasci em mim constelação, e tive o céu inteiro para crescer na eternidade"
Fotografia de "Angel" |
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