quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

“O tempo é líquido e transitório”(BAUMAN, 2004)

Por Rosangela Brunet
Em 09 de fevereiro de 2012  



Arte Digital Surrealista de Marcel Caram 
" A Porta, o Tempo e o Espaço 

E o tempo passa descompassado e cheio de velocidade.As mudanças nos transformando, e lá vamos nós tentando obter o controle da nossa vida olhando a agenda , atendendo celulares e com o Notebook na mão .Mas na verdade mesmo,estamos todos loucos para chegarmos em casa , em algum lugar seguro .A rotina é uma desistência de viver velada. Selva de pedra institucionalizada. Mas precisamos do salário que ela nos confere.E estamos escravos de um sistema que nos esmaga e rouba nossa criatividade e liberdade de ser quem somos.Vamos andando para lugar nenhum,mas com a sensação que temos que continuar ou seremos tragados .Pois a sociedade e suas demandas tentam devorar nossas forças.Um processo avassalador nos acompanha.Temos que produzir tudo ao mesmo tempo ,mas não temos tempo para criar ,descansar, ficar com quem amamos.Vemos nossos filhos crescerem e não acompanhamos seus primeiros passo, porque precisamos alimentá-los.Ou será ,que na verdade, precisamos mesmo é alimentar nossa ganância de poder e nos manter neste "status Quo" em detrimento de nossa saúde e de nossa felicidade?
Para onde estamos indo?Porque e para que estamos indo?
O tempo é inimiga da Humanidade: palavra que a gente tenta entender , e no fundo é um mistérios diário á se desvendar. Mas no meio de nossas tentativas de explicá-la, se a gente vai parando pra olhar nos olhos do outro, descobrimos que ela se revela neste momento. É só não acelerar o passo, diminuir o barulho , e perder mais tempo dentro nós. Aí a gente se enfrenta com mais verdade, e encontra a estrada certa pra percorrer o encanto de desvelar esse segredo .O tempo nos mostra que a gente pode se surpreender com a magia da vida, que nos empurra pros acasos que a gente nem sonhava viver.Com tempo a gente vai entendendo que os dias são oportunidades de rever nossos valores,de refazer novos caminhos , de planejar outras alegrias e rever nossas jornada de desvios.Com o tempo eu dei pra não desistir do tempo que passou . Não cobrar tanto a vida e deixar de contar com a sorte.Parecer quem sou é meu céu e meu inferno.E o tempo me ajuda a tirar de mim aquilo que não sei decifrar

AM Galeria Horizonte recebeu  em 10.06.11  um Grupo de Artistas falando sobre  Contemporaneidade
"A coletiva Contemporaneidade estreou na AM Galeria Horizonte, em São Paulo. A exposição reuniu obras de artistas que usavam linguagens atuais nos mais variados suportes.Os materiais vão de telas a objetos tridimensionais e foram produzidos por artistas consagrados, como Amílcar de Castro e Leonora Weissmann. Entre os participantes da coletiva estão também Adriana Rocha, Dan Fialdini, Farnese de Andrade, Jorge dos Anjos, José Bento, Marcos Coelho Benjamin e Nelson Screnci. O evento teve a curadora de Ângela Martins" [1]
Um deles era  Amilcar de Castro , o qual escolhi para representar o tema  Contemporaneidade, pois sua obra desafia e me inspira por sua proposta de se utilizar de materiais duros como o ferro  desafiando sua permanência com sua esculturas que transmitem algum tipo de ruptura com o que parece estável e duradouro.O corte e a fenda dispõe de um significado que amplia a nossa visão e perpassa o conceito de existência para durar até onde podemos enxergar.Pois é a luz que  nos permite perceber que houve um rompimento , uma cisão e uma descontinuidade.

Quando o Supérfluo se tornou o necessário, podemos dizer que enfim, entramos verdadeiramente em uma sociedade diferente da modernidade. Chamam este tempo de contemporaneidade, ou ainda, a sociedade líquida, sem vínculos, onde acima de tudo o que prevalece é o efêmero.Marcos Leite


Obra de Amilcar de Castro
O vazio existencial se tornou hoje um desafio para o homem contemporâneo. A contemporaneidade tem sido caracterizada pela cultura do excesso, da imagem e do”fast-food”. A durabilidade deu lugar ao excesso. Quanto mais temos,quanto mais intenso , mais precisamos ter em menos tempo,porque nada mais nos satisfaz por muito tempo.Este fenômeno vêm afetando as relaões afetivas e profissionais, pois isso tem gerados relações intensa e urgentes substituindo a valorização do que é permanente e essencial.O fato de querermos intensamente e urgentemente alguma coisa nos torna cada vez mais efêmero e vivendo fenômenos de difícil avaliação e validação
Com a velocidade das mudanças e da globalização tudo tem sido hiper, super, e intensamente rápido.Temos a sensação de que se não estivermos preparadas pra a mudança seremos engolidos pelo assombroso sistema. Não temos tempo de entrarmo em contato com o que é essencial , com o outro, consigo mesmo; e deixamos de viver cada detalhes de cada experiência. Falar dessa forma chega ser uma utopia no meio empresarial e no mundo capitalista. ” Vivemos na época do hipermercado, do hipercorpo, do hiperconsumo, do hipertexto, dos celulares, computadores, das teleentregas, da internet, de milhões de sites e bilhões de páginas” 
Esta tudo acontecendo em frações de segundo na cabeça de cada indivíduo em busca de um “tamponamento”para seu vazio existencial que muitas vezes nem sequer se dão conta de que 
possuem. Novas demandas e ansiedades surgem diariamente. Um novo celular é lançado a cada semana.Novas epidemias incontroláveis, catástrofes norteando nossa alma pelos jornais da manhã.Os produtos transgênicos , a poluição, o aquecimento global, o congresso nacional, a manipulação da mídia . Muitas mudanças, ansiedades , medos e angústias , e ainda assim temos que levantar de manhã e escolher a roupa adequada, a forma mais educada de falar á fim de agradarmos os contatos e contratos profissionais fundamentais para alcançarmos o nosso sucesso. Como disse (BAUMAN, 2004): “O tempo é líquido e transitório”
Ainda não estamos falando sobre os valores éticos que certamente já começaram a ruir com a competitividade selvagem e o capitalismo imperialista e covarde , que insiste em nos fazer acreditar que somos livres para escolher e para pensar.
Na verdade todos os dias no centro da cidade vemos uma busca frenética pelo primeiro lugar contra a corrida do tempo. Na altura deste processo a identidade de cada cidadão esta sendo um alvo fácil para a opressão deste sistema.Sabemos da vida de todas as celebridades , falamos com o mundo inteiro na internet,mas estamos correndo o risco de não conhecermos mais os nossos filhos, de não sabermos com quem estamos dormindo, e perdemos muito tempo longe de quem realmente amamos
Esta corrida nos arremessa para bem longe dos valores éticos e essenciais da vida, e principalmente corremos um grande perigo de nos distanciarmos cada dia mais de nós mesmos. Falamos de democracia e liberdade, mas somos escravos do medo, do sistema que nos faz trabalhar como escravos gerando angústia, ansiedade e afastamento de si mesmo .Como disse José Saramago: "O real poder é econômico" 
E o tempo passa descompassado e cheio de velocidade.As mudanças nos transformando, e lá vamos nós tentando obter o controle da nossa vida olhando as agendas , atendendo celulares e com o Notebook na mão.Mas na verdade mesmo,estamos loucos para chegarmos em "casa" ou em algum lugar seguro .A rotina é uma desistência de viver velada. Selva de pedra institucionalizada. Mas precisamos do salário que ela nos confere.E estamos escravos de um sistema que nos esmaga e rouba nossa criatividade e liberdade de ser quem somos. Vamos andando para lugar nenhum,mas com a sensação que temos que continuar ou seremos tragados .Pois a sociedade e suas demandas tentam devorar nossas forças.
E um processo avassalador nos acompanha.Temos que produzir tudo ao mesmo tempo ,mas não temos tempo para criar ,descansar, ficar com quem amamos.Vemos nossos filhos crescerem e não acompanhamos seus primeiros passo, porque precisamos alimentá-los.Ou será ,que na verdade, precisamos mesmo é alimentar nossa ganância de poder e nos manter neste "status Quo" em detrimento de nossa saúde e de nossa felicidade? 
Para onde estamos indo?Porque e para que estamos indo? 
A Humanidade, essa palavra que a gente tenta entender , no fundo é um mistérios diário á desvendar. Mas sei que no meio de nossas tentativas de explicá-la, a gente vai parando um pouco pra olhar nos olhos do outro, e descobre que ela se revela neste momento. É só não acelerar o passo, diminuir o barulho , e perder mais tempo dentro nós. Aí a gente se enfrenta com mais verdade, e encontra a estrada certa pra percorrer o encanto de desvelar esse segredo. O tempo nos mostra que a gente pode se surpreender com a magia da vida, que nos empurra pros acasos que a gente nem sonhava viver. 
Com tempo a gente vai entendendo que os dias são oportunidades de rever nossos valores,de refazer novos caminhos , de planejar outras alegrias e rever nossas jornada de desvios.
Com o tempo eu dei pra não desistir do tempo que passou .Não cobrar tanto a vida e deixar de contar com a sorte. Parecer quem sou é meu céu e meu inferno. E o tempo me ajuda a tirar de mim aquilo que não sei decifrar. E aos poucos vou desvendando e desfolhando as pétalas que me cansaram ;abandonando a noite que me nasceu e morreu em mim.Os dias trazendo certezas me levam a lutar ainda que não saiba ande ir.
A manhã me conta uma nova história,reinventa outro roteiro, redefine novos parâmetros Amanhã é outro dia e eu não vou temer.Mas só com o tempo  eu entendi isso.

Fonte:  
[1]http://www.sp-arte.com/
[2]http://www.escritoriodearte.com/artista/amilcar-de-castro/

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