Por Rosângela Brunet
Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja"Mario Quintana
A ansiedade é um dos transtornos psiquiátricos com maior número de sintomas físicos.Como já foi dito a ansiedade pode ser uma resposta fisiológica normal diante algum de uma situação ameaçadora (estímulo externo/ estressor , ou seja, é o corpo reagindo diante de alguma ameça("predador").Ela é chamada bio-adaptativa.O nosso cérebro se adaptou a se preparar para uma fuga diante de algo que pode ameaçar a espécie. Então, ela caba sendo um propulsor que ajuda na sobrevivência da espécie.O corpo reagindo pra fugir daquilo que pode lhe causar dano- Aumento do ritmo cardíaco , contração de vasos periféricos para que se concentre sangue em áreas vitais e aumento da frequência cardíaca respiratória)
Mas ela pode também ser reação não-adaptativa com sentimento de medo sem aparente razão, uma expectativa de que algo ruim esta para acontecer, uma apreensão e um preocupação excessiva. [1]
"O poder de tolerar dificuldades é a habilidade de ir além da influência de situações negativas. É ser capaz de não reagir, mesmo em pensamentos. Se alguém me oferece insultos, críticas ou raiva, eu posso permanecer pacífico e feliz com o poder da tolerância. Assim como a árvore que é atingida por pedras dá seus frutos em retorno, eu sou capaz de dar amor." Autor Desconhecido
Eu chamaria essa atitude de "Descanso Resiliente".É uma competência que precisamos desenvolver ,á fim de que possamos obter uma saúde mental de maior qualidade.
A ansiedade pode se manifestar em três níveis:Neuroendócrino, visceral e de consciência.O primeiro esta relacionado produção de adrenalina, noradrenalina, glucagon, hormônio antidiurético e cortisol. O nível visceral tem a ver com o Sistema Nervoso Autônomo (SNA) que reage a essas substâncias , e por último ,obviamente os resultados que isso provoca no nível de consciência/emocional/psicológica.se manifesta fisicamente na forma de sensações físicas como palpitações, dor no peito e/ou falta de ar. Se ela permanece por um tempo mais extenso pode pode dar origem a casos mais graves como : transtorno de ansiedade generalizada, síndrome do pânico, fobia social e fobias específicas,transtorno obsessivo compulsivo e transtorno de estresse pós-traumático. .[2]
A ansiedade se torna patológica quando o indivíduo desenvolve uma reação não-adaptativa sob a forma desproporcional em direção a algum estímulo externo .Este estímulo pode ser realmente ameaçador,mas a reação é desproporcional; ou o estímulo pode não ser ameaçador e o indivíduo reage como se fosse.Em ambos os casos há uma reação não-adaptativa. Outra forma de manifestação é quando o indivíduo reage frente a um estímulo não ameaçador. Neste caso , ele já se condicionou a um estado de alerta, e não consegue relaxar frente a vida. Pessoas com este transtorno são sempre extremamente preocupadas com situações cotidianas, existindo ou não uma razão plausível para tal reação.Em geral viver o dia a dia já é um fator estressante, pois estão sempre na espera de algo ruim.
Segundo o DSM IV :Critérios Diagnósticos para F41.1 - 300.02 Transtorno de Ansiedade Generalizada
A. Ansiedade é uma preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos 6 meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional).
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos 6 meses). Nota: Apenas um item é exigido para crianças.
(1) inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele
(2) fatigabilidade
(3) dificuldade em concentrar-se ou sensações de "branco" na mente(4) irritabilidade(5) tensão muscular(6) perturbação do sono (dificuldades em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto)
D. O foco da ansiedade ou preocupação não está confinado a aspectos de um transtorno do Eixo I; por ex., a ansiedade ou preocupação não se refere a ter um Ataque de Pânico (como no Transtorno de Pânico), ser embaraçado em público (como na Fobia Social), ser contaminado (como no Transtorno Obsessivo-Compulsivo), ficar afastado de casa ou de parentes próximos (como no Transtorno de Ansiedade de Separação), ganhar peso (como na Anorexia Nervosa), ter múltiplas queixas físicas (como no Transtorno de Somatização) ou ter uma doença grave (como na Hipocondria), e a ansiedade ou preocupação não ocorre exclusivamente durante o Transtorno de Estresse Pós-Traumático.
E. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
F. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipertiroidismo) nem ocorre exclusivamente durante um Transtorno do Humor, Transtorno Psicótico ou Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.
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Condições Médicas Gerais Associadas~
Uma variedade de condições médicas gerais pode causar sintomas de ansiedade, incluindo condições endócrinas (por ex., hiper e hipotiroidismo, feocromocitoma, hipoglicemia, hiperadrenocorticismo), condições cardiovasculares (por ex., insuficiência cardíaca congestiva, embolia pulmonar, arritmia), condições respiratórias (por ex., doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumonia, hiperventilação), condições metabólicas (por ex., deficiência de vitamina B12, porfiria) e condições neurológicas (por ex., neoplasmas, disfunção vestibular, encefalite). Os achados associados do exame físico, achados laboratoriais e padrões de prevalência ou início refletem a condição médica geral etiológica.
Diagnóstico Diferencial
Um diagnóstico separado de Transtorno de Ansiedade Devido a uma Condição Médica Geral não é dado se o distúrbio de ansiedade ocorre exclusivamente durante o curso de um delirium. Se a apresentação inclui um misto de diferentes tipos de sintomas (por ex., humor e ansiedade), o Transtorno Mental Devido a uma Condição Médica Geral específico depende dos sintomas predominantes no quadro clínico. Se existem evidências de uso recente ou prolongado de substância (incluindo medicamentos com efeitos psicoativos), abstinência de uma substância ou exposição a uma toxina, um Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância deve ser considerado. Pode ser útil obter um exame de urina ou sangue ou outra avaliação laboratorial apropriada. Os sintomas que ocorrem durante ou logo após (isto é, em 4 semanas) a Intoxicação ou Abstinência de Substância ou após o uso de medicamentos podem ser especialmente indicativos de um Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância, dependendo do tipo, duração ou quantidade da substância usada. Se o clínico determinar que a perturbação se deve tanto a uma condição médica geral quanto ao uso de uma substância, ambos os diagnósticos (isto é, Transtorno de Ansiedade Devido a uma Condição Médica Geral e Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância) podem ser dados. O Transtorno de Ansiedade Devido a uma Condição Médica Geral deve ser diferenciado de um Transtorno de Ansiedade primário (especialmente Transtorno de Pânico, Transtorno de Ansiedade Generalizada ou Transtorno Obsessivo-Compulsivo) e de um Transtorno de Ajustamento Misto de Ansiedade e Depressão (por ex., uma resposta mal-adaptativa ao estresse de ter uma condição médica geral). Nos transtornos mentais primários, não é possível demonstrar quaisquer mecanismos fisiológicos específicos e causadores associados com a condição médica geral. Uma idade de início tardia e ausência de história pessoal ou familial de Transtornos de Ansiedade sugerem a necessidade de uma completa avaliação para descartar o diagnóstico de Transtorno de Ansiedade Devido a uma Condição Médica Geral. Além disso, sintomas de ansiedade podem ser um aspecto associado de um outro transtorno mental (por ex., Esquizofrenia, Anorexia Nervosa). O diagnóstico de Transtorno de Ansiedade Sem Outra Especificação aplica-se quando o clínico não consegue determinar se o distúrbio de ansiedade é primário, induzido por substância ou devido a uma condição médica geral."[3]
Segundo o CID 10 "O transtorno de ansiedade generalizada ou desordem de ansiedade generalizada caracteriza-se por um estado de ansiedade excessiva persistente que não depende do contexto e é desproporcional aos fatos que ocorrem na maior parte dos dias por um período de pelo menos 6 meses. O transtorno é diagnosticado segundo os critérios do DSM-IV.2
Essa preocupação excessiva interfere na vida de quem sofre da doença em diversas atividades (como profissional, social e acadêmica), antecipam desastres e estão superpreocupadas com questões da vida, como saúde, dinheiro, morte, problemas de família, problemas sociais, etc".
Este transtorno é diagnosticado segundo os critérios do CID 10(OMS,1993) :
Os Principais sintomas são:
- Preocupação excessiva sobre coisas corriqueiras por pelo menos 6 meses, mesmo que exista pouca ou nenhuma razão para preocupação
- Não poder controlar suas preocupações constantes.
- Saber que se preocupa mais do que deveria.
- Não conseguir relaxar.
- Dificuldade de concentração.
- Assustar-se facilmente.
- Ter problemas para dormir.
- Irritação.
- inquietação
Sintomas Físicos
Cansaço sem ração.
Palpitação,opressão no peito
Dor de cabeça.
Tensão e dores musculares.
Tremores e espasmos, tensão muscular
Sudorese.
Náusea,vômitos , diarreia (Sintomas gastrointestinais)
Tontura.
Falta de ar
Ter que ir muito ao banheiro
Ondas de calor.
Enfim,os sintomas físicos e viscerais variam de pessoa para pessoa
Diagnóstico:
Inicialmente conhecer a história do paciente é importante ,pois em geral pessoas cuja família possui algum quadro de doença psiquiátrica tem maior probabilidade de desenvolver ansiedade.Conhecer o quadro atual deste paciente em relação a sua vida psico-sócio-econômica também é necessário .Mas o exames físicos são extremamente importantes para descartar qualquer possibilidade de algum caso com base orgânica.
Tratamento:
Muitos tratamento tem sido utilizado para a ansiedade normal como caminhar, relaxar através de técnicas de relaxamento.Mas em casos de ansiedade patológica é necessário medidas cientificamente comprovadas.como
- Medicação Adequada e prescrita por um psiquiatra
- Psicoterapia:
- Mudança de hábitos: exercícios físicos, equilíbrio de seus horários de trabalho, higiene do sono, criação de "áreas de lazer" na grade horária semanal.
Max Lucado falou uma vez; "Precisamos ser pacientes, mas não ao ponto de perder o desejo; devemos ser ansiosos, mas não ao ponto de não sabermos esperar.Enfim, deixar Ser aquilo que é pra ficar .Deixa ir aquilo que não é pra viver.Como disse Cecília Meireles"Não te aflijas com a pétala que voa: também é ser, deixar de ser assim... Eu deixo aroma até nos meus espinhos ao longe, o vento vai falando de mim. E por perder-me é que vão me lembrando, por desfolhar-me é que não tenho fim." Cecília Meireles"
Segundo Ballone "A revisão sobre esse tema acaba sempre contrapondo trabalhos de autores que defendem três tendências diversas; a unidade dos distúrbios ansiosos e depressivos como sendo o mesmo fenômeno, a dualidade entre esses dois estados afirmando tratar-se de distúrbios diferentes e as formas mistas como uma entidade específica com sintomas depressivos e ansiosos.
Tais diferenças são, sem dúvida, decorrentes das diversas maneiras de se conceituar esses estados emocionais e das diversas metodologias dos trabalhos científicos. As diferenças vão da conceituação semântica, calcada na multiplicidade de conceitos de Ansiedade e Depressão, até a interpretação metodológica das observações.
As diferentes pesquisas têm demonstrado não existir até agora uma posição inequívoca para o problema das relações entre Depressão e Ansiedade. Diante dessa polêmica vamos encontrar sempre circunstâncias onde estes quadros se associam.
Embora não possamos saber ainda, com certeza, se Ansiedade e Depressão são a mesma doença, ao menos tem sido consensual o fato dos antidepressivos atuarem satisfatoriamente nos quadros ansiosos tanto quanto nos depressivos (Feighner, 1996). Ainda que o termo comorbidade de Ansiedade e Depressão satisfaça uma postura politicamente correta, a pouca diferença de resultados no tratamento desses quadros com antidepressivos, notadamente os ISRS, aponta para uma satisfatória solução clínica (Rodney e cols, 1997, Kuzel RJ, 1996).
Ballone exlica:
Tais diferenças são, sem dúvida, decorrentes das diversas maneiras de se conceituar esses estados emocionais e das diversas metodologias dos trabalhos científicos. As diferenças vão da conceituação semântica, calcada na multiplicidade de conceitos de Ansiedade e Depressão, até a interpretação metodológica das observações.
As diferentes pesquisas têm demonstrado não existir até agora uma posição inequívoca para o problema das relações entre Depressão e Ansiedade. Diante dessa polêmica vamos encontrar sempre circunstâncias onde estes quadros se associam.
Embora não possamos saber ainda, com certeza, se Ansiedade e Depressão são a mesma doença, ao menos tem sido consensual o fato dos antidepressivos atuarem satisfatoriamente nos quadros ansiosos tanto quanto nos depressivos (Feighner, 1996). Ainda que o termo comorbidade de Ansiedade e Depressão satisfaça uma postura politicamente correta, a pouca diferença de resultados no tratamento desses quadros com antidepressivos, notadamente os ISRS, aponta para uma satisfatória solução clínica (Rodney e cols, 1997, Kuzel RJ, 1996).
Ballone exlica:
Ansiedade e Depressão: comorbidade, causa ou conseqüência?
Atualmente tem-se enfatizado muito a teoria unitária, pela qual a Ansiedade e aDepressão seriam duas modalidades sintomáticas da mesma afecção. As atuais escalas internacionais de Hamilton para avaliação de Depressão e de Ansiedade, não separaram nitidamente os dois tipos de manifestações. Outras escalas anteriores também mostravam a mesma indiferenciação entre os dois quadros emocionais (Johnstone e cols, 1986, Mendels, 1972).
A tendência unitária Ansiedade-Depressão se reforça ainda na eficácia do tratamento com antidepressivos, tanto para quadros ansiosos, como é o caso do Pânico, Fobia Social, do Transtorno Obsessivo-Compulsivo e mesmo da Ansiedade Generalizada, quanto para os casos de Depressão, com ou sem componente ansioso importante.
O número de autores que não acreditam na Ansiedade e Depressão como sendo a mesma coisa, aos quais nos juntamos, é expressiva maioria, entretanto, quase todos reconhecem existir alguma coisa em comum nesses dois fenômenos. Acreditamos, pois, na necessidade quase imperiosa de um substrato afetivo e de carater depressivo para que a ansiedade se manifeste patologicamente. O mesmo requisito afetivo não se necessita para a ansiedade normal e fisiológica. Talves seja por isso que os quadros ansiosos respondem tão bem à terapêutica antidepressiva.
Causa ou Conseqüência ?
O estudo de, Stavrakaki e Vargo (1986), onde são reavaliadas pesquisas dos últimos 15 anos, sugere três tipos de abordagem da questão Ansiedade versus Depressão:
1- Ansiedade e Depressão diferem qualitativamente;
2- Ansiedade e Depressão diferem quantitativamente e;
3- Ansiedade se associa à Depressão.
Saber com certeza se a Ansiedade pode ser uma das causas de Depressão ou se, ao contrário, pode surgir como conseqüência desta ou, ainda, se uma nova entidade clínica independente se constitui quando ambos fenômenos coexistem num mesmo paciente, tem sido uma questão aberta à pesquisas e reflexões.
Strian e Klicpera (1984) consideram um quadro unitário de Depressão-Ansiedade eClancy e cols (1978) constata que o humor depressivo antecede com freqüência ao primeiro ataque de pânico. Há observações do Transtorno Ansioso aparecer em pessoas com caráter predominantemente depressivo (Lader, 1975), e considera o paciente ansioso como portador de um tipo de Depressão endógena (Salomon, 1978). Ansiedadee Depressão são cogitados também como aspectos diferentes do mesmo Transtomo Afetivo por Downing e Rikels (1974).
O atual Transtorno Depressivo Persistente (Distimia), com ou sem a sintomatologia somática, foi cogitado como reflexo de sintomas depressivos mais francos e profundos, enquanto os quadros ansiosos seriam os casos onde o afeto depressivo se manifestaria atipicamente (Gersh e Fowles, 1979).
Componente Biológico da Ansiedade e Depressão
A serotonina tem um papel chave na regulação do humor (ou afeto) e da ansiedade. Tentando explicar porque os antidepressivos atuam brilhantemente nos transtornos da ansiedade, estudos com voluntários no Reino Unido medicados com antidepressivos inibidores seletivos de recaptação da serotonina – ISRSs, apresentaram modificação importante na percepção dos sinais de ameaça (Hammer e cols., 2006). Isso indica que a medicação afeta, inicialmente, como percebemos o perigo e, como conseqüência, a reatividade emocional em termos de Ansiedade diminui.
A preocupação que é típica daAnsiedade resulta em uma baixa capacidade em tomar decisões, relacionamentos disfuncionais, diminuição do desempenho no trabalho e tendência ao isolamento social.
OTranstorno de Ansiedade Generalizada aumenta o risco deDepressão e abuso de álcool subseqüentes e, possivelmente, de doença cardiovascular"[4]
Referência:
[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_da_ansiedade
[2]http://www.psiq.med.br/index.php?opcao=ver_tema&id_tema=18&id_cat=3
[3[ DSM IV :Critérios Diagnósticos para F41.1 - 300.02 Transtorno de Ansiedade Generalizada
[4]Ballone GJ - Depressão e Ansiedade - in. PsiqWeb, Internet, disponível emhttp://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2007.:http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=76
[3[ DSM IV :Critérios Diagnósticos para F41.1 - 300.02 Transtorno de Ansiedade Generalizada
[4]Ballone GJ - Depressão e Ansiedade - in. PsiqWeb, Internet, disponível emhttp://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2007.:http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=76
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