quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Em busca de um Verbo infinito

Por Rosangela Brunet



Aquilo que é belo em nós, aquilo que fala da nossa humanidade ,aquele lugar mais desconhecido e sombrio que nos habita. É disso que gosto de falar. Como criadores de nossa própria história, como desprovidos do vitimismo , acolhendo o desejo de nossos próprios algozes que nos assustam,...é isso que me faz sentir que estou viva. É na indignação, no estranhamento e na coragem que vamos bordando nossos caminhos....
Mark Rothko. 
Luz Inacessível 

Por isso, essa " mania de ficar me esbarrando no indizível",como diz Hilda Hilst me movimenta.
É um verbo infinito que conjugo quando o silêncio me chama. 
Navego a tempestade.
Atravesso espaços desconhecidos, caio em águas profundas respirando  atmosferas inatingíveis
E o vazio de uma existência ávida de desejos, me abre como uma folha em branco, pintando aquarelas e avançando  limites de uma pele nunca antes tocada...Saio de minhas estranhezas e invado toda vizinhança da minha consciência.
Encontro,enfim, o grande Mar
Mergulho sem saber nadar.
Descanso em silêncio.
Escuto uma voz que venta, uma chuva que desaba, um raio que rompe trovões de pensamentos que me ferem...velejo  devagar. 
Então, tudo emerge como a aurora boreal.
Toda cidade aparece, as ilhas estão em paz.
Sobrevivo estações e chego no
movimento das primaveras  de palavras em expansões 















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