terça-feira, 24 de setembro de 2019

No final,descobri quem são os corajosos

Por Rosangela Brunet

Há anos atrás vivia experienciando um profundo sentimento de tristeza por todos os erros que cometia.Mas aprendi que só tem um jeito de se livrar dessas culpas: aceitar os erros,aprender com eles e seguir em frente trabalhando para ser uma "nova versão de mim". Segundo André Lima " Os nossos atos dependem do nosso estado de consciência, e esse estado, por sua vez, depende da nossa experiência de vida, dos sentimentos negativos que acumulamos e dos sentimentos que estão se manifestando naquele momento.Você Poderia Ter Feito Melhor. Será? (...) Quando nosso estado emocional muda para pior, nossas ações sofrerão a influencia dessa mudança. Quando mudamos emocionalmente para melhor também veremos se refletir uma melhora na qualidade dos nossos atos.Todas as vezes que analisamos nossos atos passados, estamos julgando nossas atitudes anteriores, que foram realizadas de acordo com o estado de consciência daquele determinado momento, levando em conta o nosso estado de consciência atual que muitas vezes é bem diferente do anterior. E isso pode acabar criando sentimentos de auto cobrança e culpa.“Eu deveria ter feito diferente” ou “eu poderia ter feito diferente”. Não, não poderia. Só se seu estado de consciência fosse diferente na época, mas ele não era. Era exatamente daquele jeito que foi no passado e não tem como voltar e mudar.....no passado, seu estado de consciência era exatamente aquele que foi na época, e se você voltasse no tempo faria tudo da mesma forma“Ah, mas se eu tivesse naquela época a experiência que eu tenho hoje…”. Mas você não tinha. O diálogo mental de auto acusação e lamentação serve apenas para causar sofrimento. Não muda o ocorrido no passado e cria uma negatividade que acaba gerando mais consequências negativas para nossas vidas. Quanto mais negatividade carregamos, pior a qualidade das nossas ações e mais sofrimentos iremos causar para nós mesmos e pessoas próximas."  1

Por isso, enquanto me corrigia sem nenhuma gentileza comigo mesma fiquei parada no passado. Enquanto me punia sem nenhuma compaixão a ansiedade me assolava com o medo.Mas ,enfim, comecei a amadurecer. Sai da corrida do perfeccionismo, cai em mim mesma com gratidão porque descobri que era humana. A nossa cultura não perdoa os humanos,mas eu descobri uma forma de contra-cultura para não adoecer. Comecei a me acolher e respeitar o que sou com meus erros,defeitos e ,então, as qualidades e habilidades começaram a brilhar .
Não lute contra seus erros. Quando errar preste atenção, tome consciência do que esta acontecendo em você messe momento Fique ali inteiro, não olhe para trás nem para frente. Olhe para o que esta percebendo ao teu redor e dentro de você." Torne-se o olhar. Não deixe o olhador para trás . Traga sua consciência total para (tudo que emerge nessa hora) ....Com o ser integral o olhar fica tão abrasador que a semente( do erro ) é queimada, sem nenhuma luta, nenhum conflito, nenhum antagonismo" Osho
Depois que passei a aprender a acordar e olhar para a janela, e perceber que existia um mundo bem maior lá fora,  comecei a descobrir que estava amadurecendo. A imaturidade emocional não me deixava ser feliz. As emoções eram comandos de alertas que não dormiam, e eu não sabia o que era respirar liberdade de ser livre para viver o Aqui e agora.
NUNCA havia sentido o prazer do AGORA.  Só sabia o que era sofrer pelo passado e nunca soube o que significava dizer adeus e fechar um ciclo. Nunca imaginei como sair de mim mesma e despegar de tudo que só me machucava em nome de um ideal.
Descobri que dizer adeus é para os necessitados de felicidades e para os aflitos para viver intensamente. E, que,no final são esses os verdadeiros corajosos,pois conseguem andar mesmo feridos, cansados, cheios de medo,olhando as cinzas que ficaram, desejam ficar ali também,mas partiram .E sempre partem sem nada na mão e nos olhos. O coração sangrando sem anestesia,  vão  devagar e sempre com seus passos, ainda que lentos, porque seus pés feridos não os deixam se alinhar para receber os aplausos dos que estão na linha de chegada. A sensação de fracasso e constante e simplesmente continuam andando porque querem viver a vida completamente.Não aceitam mais serem metade de nada. A plenitude e a Liberdade os guia.

“Amigo, não tenha medo de erros. Erros não são pecados. Erros são formas de fazer algo de maneira diferente, talvez criativamente nova.Amigo, não fique aborrecido por seus erros. Alegre-se por eles. Você teve a coragem de dar algo de si” – Perls (1979)

Os corajosos são os que  conseguiram depois de muito andar permitir que o presente se apresente e o passado se ausente. Corajosos são os que mesmo em meio às amarras do medo não ficaram presos e deixaram o poder de amar fluir encontrando com a vida e viraram parceiros. Os corajosos aprenderam que "somos instantes, e depois viramos passado. Eles sabem que a vida esta acontecendo agora e não são os sentimentos,mas a decisão de viver no Agora que vai mudar suas histórias.
AGORA  eles sabem podem olhar para trás e não sentir mais dor. Não há mais miolo de pão no caminho para não se perderem. As toxinas do seu corpo se tornaram carbono e sangue esta AGORA alcalino. Eles sentiram a dor que era para sentir AGORA, ficaram presentes AQUI e seguiram fluxo a noite inteira até o dia amanhecer.  Limparmos as lágrimas dos olhos do passado, seguiram seus caminhos . 
São Humanos em movimento. São seres experimentando Iluminação . São transeuntes  superando a dor e aceitando  seu Ser Pleno . O que aconteceu não pertence ao AGORA. Tudo que eles tem é o que vê, o que ouve, o que sente em suas peles molhadas  de suor e lágrimas. Escuta seu coração batendo lá dentro e espera sua cura todos os dias com humildades , e por fim,  dão um passo a frente sem pressa. Sabe que cada um canta sua canção em seu próprio ritmo e os tambores estão todos afinados quando se tornam UM no AQUI e  AGORA.

Referências 

1 http://www.eftbrasil.com.br/voce-poderia-ter-feito-melhor-sera/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Eu

Por Rosangela Brunet "O meu mundo não é como o dos outros: quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia...