Por Rosangela Brunet
Hoje estava lavando uma caneca e deixei cair o detergente. Quando me baixei para pegá-lo percebi que sua tampa havia fechado com o impacto da queda. Me lembrei desse mecanismos que desenvolvemos ao longo da vida quando alguém nos derruba de alguma forma e, por sua força feroz corremos o risco de ficarmos fechados para outras oportunidades de viver.
Mas com um olhar mais atento logo entendemos porque ele se fechou.Ele sentiu a queda, e a ameaça de ser invadido o fez se defender na hora certa.Mas ele não sabe se abrir sozinho.Precisa de alguém que oportunize sua função.Somos um pouco assim.Precisamos uns dos outros nas horas de reclusão e esconderijo .São momentos de intensa solidão, onde não se quer mais dar lugar a outro acolhimento e possível conforto. A engrenagem que nos estimula e vigora são,agora, segredos guardados a sete chaves sustentada pelo impacto da decepção. Qualquer fundamento ou sustentação só sobrevive em nossas mãos. É o momento da ponderação divulgando nossas incertezas representada pela fechadura dourada que revela
impossibilidade de amar outra vez.
Mas, o sobrenome do amor é vida, felicidade e libertação.Sem issocontinuaremos à "margem de nós mesmos".Muito tempo fechado faz a chave enferrujar.
Não deixe portas entreabertas
Escancare-as ou bata-as de vez.
Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semi ventos,meias verdades e muita insensatez."
Cecília Meireles, in: Calçada de Verão.
Editora Nova Fronteira.Rio de Janeiro, 1989
[1](Ginger, 1995) -"Mecanismos de Defesas Segundo a Gestatlt Terapia"
[2]Vera Felicidade .Psicoterapeuta
"Fundamental para expansão da consciência é o reconhecimento de que constância da vida é sua impermanência" James Hollis
Hoje estava lavando uma caneca e deixei cair o detergente. Quando me baixei para pegá-lo percebi que sua tampa havia fechado com o impacto da queda. Me lembrei desse mecanismos que desenvolvemos ao longo da vida quando alguém nos derruba de alguma forma e, por sua força feroz corremos o risco de ficarmos fechados para outras oportunidades de viver.
Mas com um olhar mais atento logo entendemos porque ele se fechou.Ele sentiu a queda, e a ameaça de ser invadido o fez se defender na hora certa.Mas ele não sabe se abrir sozinho.Precisa de alguém que oportunize sua função.Somos um pouco assim.Precisamos uns dos outros nas horas de reclusão e esconderijo .São momentos de intensa solidão, onde não se quer mais dar lugar a outro acolhimento e possível conforto. A engrenagem que nos estimula e vigora são,agora, segredos guardados a sete chaves sustentada pelo impacto da decepção. Qualquer fundamento ou sustentação só sobrevive em nossas mãos. É o momento da ponderação divulgando nossas incertezas representada pela fechadura dourada que revela
impossibilidade de amar outra vez.
Mas, o sobrenome do amor é vida, felicidade e libertação.Sem issocontinuaremos à "margem de nós mesmos".Muito tempo fechado faz a chave enferrujar.
Não deixe portas entreabertas
Escancare-as ou bata-as de vez.
Pelos vãos, brechas e fendas passam apenas semi ventos,meias verdades e muita insensatez."
Cecília Meireles, in: Calçada de Verão.
Editora Nova Fronteira.Rio de Janeiro, 1989
Fechados não sabemos o que esta em nossa frente.Olhamos pelas "fendas ,onde passam apenas semi ventos, meias verdades e muita insensatez. ",como disse Cecília Meireles.Há que se decidir "bater a porta de vez ou a escancará-la".Mas para isso , é mister não se entregar, e sobretudo, discernir com sabedoria a mão que se estende para nos levantar.Mas "O homem saudável identifica sua necessidade dominante em determinado momento (figura), escolhe a forma de satisfazê-las e se dispõe a atender à nova necessidade (nova figura), dando curso ao fluxo permanente de formações e dissoluções de gestalten" [1]
O famoso "fechado para balanço , no momento da queda " traduz esse encaixe mágico de nos desvendar e nos permitir soltar outra vez. A reclusão nem sempre é ruim. Ela faz parte dos ciclos da vida. Precisamos "promover o caos" para depois sabermos nascer. Os mecanismos de defesa do ego são importantes nessa hora. Por isso, é necessário respeitar esse momento temporário. Há gatilhos que nos remetem ao passado e retoma os sentidos adormecidos,e depois acordamos mais lindos e soltos para vivermos mais plenos.Nada é em vão. Gatilhos suspendem nossos vestígios doloridos de abandono e dores que não desejamos mais
reviver ,mas é necessário ,ás vezes, reencontrá-los e, se fechar para se esbarrar com eles , e então retornar ao amor.
Termino esta reflexão com este trecho de Vera Felicidade : Quando somos surpreendido pelo que não percebíamos, não conhecíamos, o encontro se configura revelação, descoberta, conhecimento; é o encontro sem prévio, sem busca: apodítico. Descortina-se outra configuração, outra realidade, outra vivência: paixão pelo encontrado, pelo descoberto.É o caos, o conflito ou a imensidão do ser-com-o-outro no vértice que transcende limites, regras e padrões.."[2]
[1](Ginger, 1995) -"Mecanismos de Defesas Segundo a Gestatlt Terapia"
[2]Vera Felicidade .Psicoterapeuta
Nenhum comentário:
Postar um comentário