Em 1956, Dora Kalff, analista junguiana, teve contato com Margareth Lowenfeld e sua forma de atendimento utilizando a caixa de areia na psicoterapia infantil. Desenvolveu e adaptou à psicoterapia analítica com algumas mudanças e denominou a técnica de Jogo de Areia. Kalff observou o interesse despertado pela técnica nos pais de seus pacientes e passou a incorporar a criação de cenários como forma de expressão com adultos que também poderiam se beneficiar com uma maneira mais lúdica de atendimento.
Dora Kalff, discípula de Jung, desenvolveu a Terapia do Jogo de Areia (Sandplay) |
O jogo de areia como atividade lúdica, ajuda a restabelecer a capacidade de criar, imaginar e fantasiar, necessárias não só às crianças, mas também aos adultos. Foi aplicado inicialmente como um método terapêutico baseado na Psicologia Analítica de Jung. Os cenários são construídos, utilizando-se miniaturas de seres e objetos do mundo real e fantástico, permitindo uma representação tridimensional, não verbal, do mundo interior. A caixa de areia é um espaço livre e protegido que permite entrar em contato com as emoções e fantasias, expressar de forma segura, impulsos e necessidades do indivíduo, facilitando seu desenvolvimento. Na escola, o jogo de areia permite explorar possibilidades de expressão e movimento, bem como desenvolver capacidades perceptivas e criativas das crianças. A técnica pode ser aplicada em psicoterapia, arte terapia, psicopedagogia, atividades educacionais, individualmente ou em grupos.
Sala de Dora Kalf, discípula de Jung que desenvolveu a Terapia do Jogo de Areia (Sandplay). |
Marionetes do Self, é uma técnica desenvolvida por Carlos Byington a partir da caixa de areia (sandplay). Em psicoterapia permite abordar as questões do paciente e simboliza-las para posterior elaboração. Utiliza miniaturas de seres humanos, animais e objetos variados com o objetivo de facilitar o acesso do paciente a uma representação de seu mundo interior. A visualização da representação intensifica a vivencia e permite expressar o que não é possível pela palavra. Cria um espaço onde os conflitos internos têm uma representação externa e podem ser elaborados.
Sobre o aprendizado das Técnicas Expressivas:“É muito difícil, se bem que não impossível, aprender o uso das técnicas
expressivas sem vivenciá-las, seja numa terapia pessoal ou em workshops.
No entanto, quando não se teve uma experiência com técnicas expressivas na sua
própria análise, elas podem ser aprendidas em grupos, sobretudo em workshops.”
Carlos Amadeu Botelho Byington, Introdução ao Estudo das Técnicas Expressivas pela Psicologia Simbólica Junguiana, disponível em http://www.carlosbyington.com.br/tecnicas-expressivas-psicologia-simbolica/.
A sala de Sandplay de Laura Strom, disponível no Pinterest. |
O jogo na caixa de areia como abordagem terapêutica foi desenvolvido por Margaret Lowenfeld, em 1929. A psiquiatra atribuiu a inspiração para a criação de sua técnica ao livro Floor Games de Herbert George Wells, publicado em 1911. Em 1935 Lowenfeld publicou World Techniques - Play in Childhood, denominando Técnica do Mundo, a modalidade terapêutica com crianças, na qual se constroem pequenos mundos utilizando areia e miniaturas. Dora Kalff, em 1956, interessou-se pela técnica e, incentivada por Jung, foi para Londres estudar e trabalhar com Lowenfeld e outros pesquisadores como M. Fordham e D. Winnicott. Quando retornou à Suíça, desenvolveu sua própria versão da Terapia do Jogo de Areia, fundamentada na teoria Junguiana.
Marionetes do Self
A técnica das Marionetes do Self se origina nas tradições da ludoterapia, incluindo a CAIXA DE AREIA. Utiliza, no lugar da caixa de areia, um tecido branco de forma retangular que pode medir até 1,20m por 2,00m. As miniaturas têm 15 cm de altura, tendo por base pequenos cubos de madeira, para que fiquem de pé. Elas representam personagens significativos para o paciente, seus familiares, amigos, figuras que surgem em seus sonhos e também o próprio terapeuta, acompanhados pelos símbolos a eles atribuídos pelo paciente.
A técnica das Marionetes do Self se origina nas tradições da ludoterapia, incluindo a CAIXA DE AREIA. Utiliza, no lugar da caixa de areia, um tecido branco de forma retangular que pode medir até 1,20m por 2,00m. As miniaturas têm 15 cm de altura, tendo por base pequenos cubos de madeira, para que fiquem de pé. Elas representam personagens significativos para o paciente, seus familiares, amigos, figuras que surgem em seus sonhos e também o próprio terapeuta, acompanhados pelos símbolos a eles atribuídos pelo paciente.
Caixa de Areia e coleção de miniaturas. |
O jogo de areia, como atividade lúdica, ajuda a restabelecer a capacidade de criar, imaginar e fantasiar, necessárias não só às crianças, mas também aos adultos. Foi desenvolvido por Dora Kalff e aplicado inicialmente como um método terapêutico baseado na Psicologia Analítica de Jung. Os cenários são construídos, utilizando-se miniaturas de seres e objetos do mundo real e fantástico, permitindo uma representação tridimensional, não verbal, do mundo interior. A caixa de areia é um espaço livre e protegido que permite entrar em contato com as emoções e fantasias, expressando de forma segura, impulsos e necessidades do indivíduo, facilitando seu desenvolvimento. Como técnica auxiliar, pode ser aplicado em outros contextos como terapia conjugal, psicoterapia, arteterapia, psicopedagogia, atividades educacionais, individualmente ou em grupos.
“O Jogo de Areia não é apenas um método de terapia, mas um meio criativo através do qual o conteúdo da imaginação se torna real e visível. Além disso, proporciona ao terapeuta uma oportunidade única de observar os processos de desenvolvimento e de cura”. Dora Kalff
A caixa de areia como abordagem terapêutica foi concebida por Margaret Lowenfeld que começou a utilizá-la em 1929, publicando em 1935 o livro que apresentava o desenvolvimento de sua técnica: “World Techniques - Play in Childhood”.
O Jogo de Areia tem seus primórdios em jogos de guerra de adultos e crianças, realizados em cenários com miniaturas de soldados e fortes dispostos no chão (Floor Games).Adultos também brincam e se interessam por miniaturas. Sala de Dora Kalf, discípula de Jung que desenvolveu a Terapia do Jogo de Areia (Sandplay).
O Jogo de Areia tem seus primórdios em jogos de guerra de adultos e crianças, realizados em cenários com miniaturas de soldados e fortes de guerra dispostos no chão (Floor Games).Os livros de Herbert George Wells, Little Wars e Floor Games são umas das inspirações de Margareth Lowenfeld para o desenvolvimento do Jogo do Mundo.A caixa com areia, medindo 57 cm x 72 cm x 7 cm, permite que se visualize todo o espaço livre para a construção e o cenário inteiro de uma vez.As miniaturas devem ser colocadas em estantes, acessíveis visual e manualmente. Os objetos devem ser de boa qualidade para motivar e estimular a criatividade. É importante que sejam suficientes para representar as várias situações possíveis na realidade e na ficção.
Imagem de uma coleção disponível na internet. Observa-se que não é necessário muito espaço possuir tantas miniaturas, basta que se tenha representação de todas as categorias necessárias para se construir uma diversidade de cenas reais ou imaginárias.
Há soluções bem simples para acomodar a coleção de miniaturas e a caixa de areia.
Parte de uma coleção de miniaturas para Jogo de Areia, animais. |
Além das miniaturas, é interessante oferecer materiais para criar novos objetos.
Que papel as figuras em miniatura desempenham no jogo de areia?
Imagem: Caixa de areia, montagem para fins didáticos. Fotografia Imagens e Símbolos. |
RUTH – As figuras são uma espécie de edição de nossas representações do mundo interno. Mas, por estarem prontas, encontram-se num nível mais superficial. Hoje usamos muito as figuras já prontas, manufaturadas. No passado, entretanto, usava-se o papel, as pedras, os pedaços de plástico. Eu voltei um pouco para os materiais disformes porque sua utilização é também uma forma de criar. Pegar tudo pronto é uma atitude consumista. Por outro lado, poder criar é muito importante porque o que surge são imagens compensatórias necessárias concretizadas por força da imaginação. Esse é um aspecto muito interessante do trabalho. A gente tem a capacidade de ver o simbólico atrás da realidade. E esse significado é diferente do que se vê na pintura ou na escultura, porque é o próprio processo de criação. (Entrevista com a analista junguiana suíça Ruth Ammann, 09/08/2002 , Revista Viver Psicologia, disponível emhttp://www.redepsi.com.br/portal/modules/news/print.php?storyid=300 Acessado em 24-06-2010).
Contos na caixa de areia
A princesa e o sapo
A princesa brincava com uma bola dourada que caiu dentro de um poço de onde ela não conseguia retirá-la. Mas no poço havia um sapo que disse que poderia devolver a bola se a princesa cumprisse três desejos: sentar-se à mesa com a princesa, comer de seu prato e dormir na sua cama. Ela então prometeu tudo porque estava muito triste com a perda da sua bola. Assim, que o sapo a trouxe de volta, a princesa esqueceu suas condições e ele teve que lembrá-la de sua promessa. A cada vez ela obedecia com relutância porque o sapo é tão repulsivo que cada exigência era pior que a anterior. A última condição, então, de que o sapo dormisse na sua cama, a princesa nem queria ouvir falar, mesmo assim, o sapo entrou na sua cama, de onde ela o tirou e o jogou contra a parede. Nesse instante o sapo desapareceu e em seu lugar surgiu o Príncipe Encantado.
O repugnante sapo ou dragão do conto de fadas traz a bola do sol na boca;
pois o sapo, a serpente, o rejeitado, é o representante daquela profunda camada inconsciente em que são guardados todos os elementos da existência não admitidos, não reconhecidos, desconhecidos ou subdesenvolvidos. Essas são as pérolas dos palácios submarinos das fábulas; as jóias que iluminam as cidades demoníacas do mundo interior; as sementes de fogo do oceano de imortalidade, que suporta a terra e a cerca como uma cobra; as estrelas do firmamento da noite imortal. São elas as pepitas de ouro do tesouro do dragão; as maçãs guardadas pelas Hespérides; os filamentos do Velocino de Ouro. O agente que anuncia a aventura costuma ser sombrio, repugnante ou aterrorizador, considerado maléfico e, no entanto, se prosseguirmos, o caminho nos será aberto. O arauto pode ser um animal (como no conto de fadas), representante da fecundidade instintiva reprimida que está dentro de nós. Pode ser igualmente uma figura misteriosa coberta por um véu — o desconhecido. Campbell, O herói das Mil Faces
Fonte Página : "Imagens e símbolos"
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