segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

E Lá vou Eu Com Meus Lindos Girassóis

Por Rosangela 

Vou  permeando meus afetos, ladeando minhas dores , varrendo minhas fugas.Assim continuarei neste novo ano.Trabalhando meu mundo e minhas paixões. Obcecada pela captura do momento e   minha arte se transformando em mo(vi)mento. E,claro, no meus "nadas" a palavra sempre  escondida em mistérios será sempre  o intraduzível me esperando.
Mas quando chega a poesia ,será sempre  o meu alívio me deixando tocar o (in)considerável, o (in) conduzível e o (in)pronunciável.
Porque minha arte é a repressão civilizada, uma civil (ação) sublimada, uma artista que foi salva do "mal estar " que escapou pela expressão do que ninguém havia dito, porque não pôde, porque não soube, porque não coube nomear 


                                                       Obra de Vincent Van Gogh 

Van Gogh : Girassois

"Acordo todos os dias pelo mesmo motivo dos Girassóis" 
Wendel Valadares

"Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.Haverá girassóis em todas as janelas.Thiago de Mello.[1]
Obra de Vincente Van Gogh



Van Gogh e seus girassóis brilhantes ardiam os campos de trigo e seus céus amarelos destilavam sentimentos que somente ele viveu e encantaram o mundo com sua criação. Obcecado pela luz ele um dia escreveu a Émile Bernard , em 1888 : " Oh! Que sol pleno e lindo de verão esta aqui" 

"O girassol é um símbolo de travessia e libertação. Para os girassóis sobreviverem eles precisam ter sua corola voltada para o Sol do nascente ao poente. Uma das simbologias do Sol é a luz ,a sabedoria, a riqueza espiritual e a justiça que tanto necessitamos.
Mas há outras simbologias para o sol. No entanto, independente da crença todos desejamos  o sol ,seja pela Luz,seja pela Justiça,seja pela sabedoria ou  pela riqueza espiritual.O fato é que sem sol nada cresce. Tudo murcha.
Os girassóis só crescem em direção ao Sol .Mas há girassóis que necessitam de Justiça , outros carecem mais de Luz. Outros anseiam pela  liberdade atravessando desertos intermináveis.São  os fartos de sol sem abrigo e sem água para repousarem. Não há equilíbrio nesses girassóis.Eles morrem.
Pra mim, o princípio fundamental da fertilidade e florescimento é o vazio. Girassóis  e vazio parecem não ter relação alguma? Mas tem. Se não houver o vazio não haverá lugar para a semente chegar, não haverá lugar para o sol entrar. O que é farto não cabe mais nada.Muitos evitam enfrentar o vazio.Por isso inventam conceitos e leis pessoais que os aprisionam.Mas a angústia derivada desse enfrentamento é que no tornam pessoas criativas e saudáveis. A saúde vem não somente da vivência da alegria,mas doenfrentamento da dor, da solidão e dos "nadas " que nos habitam.Tem um trecho de Fernando Pessoa que diz :"Quem quer passar além do Bojador tem que passar além da dor. Deus deu ao mar o perigo e o abismo , mas nele (também) é que espelhou o céu."
Então não haverá céus de Fernando Pessoa e bem girassóis de Van Gogh se a terra não estiver pronta para florescer ,não haverá crescimento se não houver espaço para crescer.O vazio é o princípio do saber."No princípio a terra era sem forma e vazia.". Foi preciso o vazio para a criação .
 Ainda que  o vazio , por um breve tempo, tenha tido  um nome ,um endereço ou  uma história ele continua nos movendo criando outras rotas para nos fazer crescer e florescer.Mas o fruto depende do sol .Ainda que o vazio tenha sido o  mar e, o   rio que correu largo além de nossa imaginação.Ele fica.E  pode se transformar em sua obra de arte. Porque o Sol para mim também é  criação. Girassóis amarelos de   alegria e espiritualidade trazendo  eternidade.
Por isso, desejo que em 2014 os jardins  se transformem em  girassóis nos tornando abrigo e recebendo toda justiça  e espiritualidade que necessitamos.Que   possamos aprender a acordar para  enxergar as belezas que se escondem mesmo nas noites que antecedem nosso amanhecer esperado. 

Todo mundo tem um campo de girassóis dentro de si. Desejo que a gente aprenda a  acordar para ver os girassóis sobre a terra .Ainda   que não saibamos  como fazê-lo.Persigamos o Sol. Que nossos  vazios se transformem em  campos de flores. Um lugar para gerar  Girassóis e, ai ,quando puderem ,   usem suas dores também para alimentar os aflitos de luz e de pão
Art of the Day: Van Gogh, Sunflowers, Autumn 1888. Oil on canvas, 92 x 73 cm. Neue Pinakothek, Munich.
In a letter to his sister Wil, dated February 1890, Van Gogh explained: "My paintings are a cry of anguish while symbolizing gratitude in the rustic sunflower."


[1] ,In: "Os Estatutos do Homem" .Livro "Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida "


Fonte :
 http://obviousmag.org/sphere/2012/11/paletas-de-pintores-famosos.html
http://totallyhistory.com/vincent-willem-van-gogh/
http://youtu.be/Li5oNy4MP9E

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Sofrimento Psíquico e Suas Manifestações na Arte

Por Rosangela Brunet

Este artigo foi inspirado na vida de alguns artistas que, infelizmente,tiveram suas vidas interrompidas tragicamente,os quais não foram compreendidos e, por falta de conhecimento, preconceito e erros de diagnósticos passaram muito mais sofrimento,pois não foram devidamente tratados.Para iniciar gostaria de exemplificar esta fato com um trecho de uma música que Don McLean fez em homenagem a Vincent Van Gogh, a qual referia ao seu sofrimento psíquico não compreendido e pela negligência dos que deveriam aceitá-los:
  "Agora eu entendo o que você tentou me dizer,como você sofreu por sua insanidade. Como você tentou libertá-los.Eles não escutariam, não sabiam como.Talvez eles escutem agora."



O sofrimento psíquico é uma terminologia relativamente nova. Este conceito surgiu para facilitar a compreensão conceitual e diminuir o preconceito referente ás doenças psiquiátricas.
“... sintomas semelhantes apresentam-se em pessoas diferentes, com histórias e campos diferentes,portanto com significados diferentes.De acordo com Erthal (1983), o problema da classificação psiquiátrica parece residir numa única premissa: existem comportamentos anormais que precisam ser categorizados em prol de mérito moral. Igualar o comportamento humano a um evento natural, igual a qualquer outro, impõe um status moral nessa premissa, justificando todo o tipo de classificação. Encaixá-lo em algo pré- moldado é mais fácil do que descobri-lo sobre seu próprio molde, é algo que se tem controle( Fernanda Monteiro, Monique Martins e Tiago Malta)
Vivemos ainda em um tempo onde, se falar sobre tristeza e sofrimento é inoportuno, imagina aceitar pessoas que saem dos padrões pré-estabelecidos socialmente.Na maioria dos casos, nem mesmo a própria pessoa consegue se permitir vivenciar sua dor e sofrimento devido a extrema cobrança social.Estar alegre é uma exigência feroz da modernidade. Mas o crescimento exige lidar com perdas, e por conseguinte a tristeza se torna uma consequência necessária para alcançar a integridade do ser. Carl Gustav Jung disse:" O importante não é alcançar a perfeição e sim alcançar a totalidade(...) Não há despertar de consciências sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão."

Renato Dias Martino acrescenta: “ Entristecer-se é fundamental na tarefa do pensar; aquele que não encontra-se capaz disso ,ou escapa para a euforia,ou mergulha na depressão(...)Mas, a a arte proporciona um encontro com o si-mesmo em áreas conflituosas da mente onde o vínculo com o mundo externo ainda se encontra num modelo muito primitivo.
Numa citação modificada Rumi convoca o enfrentamento da dor e do sofrimento para que haja transformação . Ele diz: "Ó alma, não fuja da dor .Procure o remédio dentro dela. Porque a rosa surge do espinho, o rubi de uma pedra, ( e de uma ferida surge a pérola)." Frida Kahlo ainda cita que "Emparedar o próprio sofrimento é arriscar que ele te devore por dentro."

Por exemplo, as grandes esculturas sofrem grande pressão e dolorosos cortes ao serem moldadas. E dali nasce uma obra de arte. Sengundo Beatriz Milhaze,In :O mágico(2011) "A criação artística aponta para o vazio, mas um vazio que põe em movimento a criatividade."
                                  "O Pensador ".Obra de Rodin

Os antropólogos acreditam que devemos mergulhar no mundo desconhecido para entender nosso próprio mundo. Segundo Jacques Lacan: "Há um furo no saber" , e é nessa vivência do vazio do não saber é que nos transformamos.
Paul Klee foi um artista que passou por guerras e sofrimentos ,o que o permitiu compreender bem esse conceito de um mundo incompreensível e desconhecido.
Paul Klee .1879 - 1940
Ele passou por varias fases onde expressou seu sofrimentos e questionamentos em sua obra.Esta obra abaixo retrata bem sua perplexidade diante do incognoscível. No período em que Klee criou estas formas abaixo ele estava em depressão. Dentro dessa questão do enfrentamento do desconhecido pode-se falar queo desconhecido é um caminho para a expansão do pensamento, uma estratégia para aquisição da sabedoria.Quando ele nos atravessa somos visitados pelo infinito'


Seu estado de exclusão se vê de forma patente e desmascarada na obra “Riscado da lista”. Eu vejo aqui um sentimento de inadequação e exclusão, que é bastante comum no quadro clínico de transtornos depressivos graves. O rosto tem a imagem de tristeza, sofrimento, vê-se o “x” que ele colocou para reforçar seus sentimentos de estar totalmente riscado de alguma “lista”
Obra de Paul Klee."Riscado da Lista"

Segundo Por Pedro Augusto C. Bertolin "Receber um diagnóstico de uma doença psiquiátrica é um baque e tanto, seja para o próprio paciente, seja para sua família. É algo que marca, e geralmente de forma muito negativa, a vida dessa pessoa. Ele nunca mais será visto “normalmente” pela sociedade, será tachado como louco, descontrolado, incapaz e outras várias mentiras criadas única e exclusivamente por um diagnóstico. E é justamente nesse diagnóstico que cabe ao médico, como “representante social do conhecimento médico”, usar do bom senso, mas, sobretudo, com a atenção. ..um ponto sempre presente em um psicodiagnóstico são os riscos que corremos ao querermos padronizar e institucionalizar todas as formas de conhecimento que nos são oferecidas, e como um simples discurso cheio de lacunas acaba por erodir-se através de seus próprios erros ideológicos. Ser profissional é muito mais do que simplesmente saber dizer se um paciente tem isso ou aquilo, devemos ter a sensibilidade de procurar em nossos pacientes a motivação e entender como essa “bagagem” influenciou-o. Sejamos sim eficientes, mas, sobretudo, sejamos humanos e não máquinas! "[8]
As pessoas que sofrem de algum transtorno devem ser respeitadas e apoiadas,mas infelizmente sempre foram marginalizadas e vítimas de preconceito. Ainda hoje quando se fala de transtorno mais simples e mais comuns como Transtorno de Ansiedade Generalizada, TOC, Depressão, Síndrome de Pánico , etc,existe uma dificuldade de compreensão e aceitação em relação a sociedade e mesmo entre os familiares.Tem uma fala de Caio Fernando de Abreu que sugere a necessidade de ser compreendido em sua angústia e sofrimento e ,ele coloca a arte como meio de encontrar este conforto e compreensão.
"Inconscientemente, parecia querer buscar em autores,filmes e músicas, algum tipo de consolo.Como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá,onde estava, colocar uma das mãos em seu ombro e dizer que aquilo era normal.Que acontecia também com outras pessoas.E que iria passar."
É preciso falar sobre isso, é necessário enfrentar o que for preciso para ajudar estas pessoas no sentido de amenizar seu sofrimento. O que se esconde vai ser denunciado por alguma porta de emergência.Não somente é necessário ter consciência desse fato, como promover a educação através da disseminação do conhecimento em prol do fim do preconceito.
Toda dor psíquica, parte de um conflito entre partes divididas do eu, em que uma briga interna entre uma parte censora e ditadora condena o desejo e a satisfação deste” Renato Dias Martino

Oscar Wilde (1854 –1900),um escritor irlandês disse uma vez : " Há duas tragédias na vida: uma a de não satisfazermos os nossos desejos, a outra a de os satisfazermos.". Isso explica o que diz (MASOTTA, p. 193) :" O desejo humano é algo sempre adiado, é intervalar. O desejo vive de sua insatisfação, resguardada esta estranha função: a função de insatisfação” .O sofrimento é um fato cotidiano e material necessário para o crescimento e saúde mental. Se for visto e utilizado de forma positiva se tornará parte integrante da essancial beleza do ser humano
" O corpo é o palco das manifestações do inconsciente real: partes esquecidas, movimentos falhos,lesões involuntárias - são inúmeros os lapsos do corpo." Antonio Quinet
Segundo Dunker "O sofrimento se transforma e se altera.O sofrimento tem uma história para contar.Freud descobriu que os sofrimentos vividos no corpo sem uma etiologia neurológicas ou orgânica, eram falas, frases ou palavras que estavam amordaçadas .Como nos casos de histeria, a causa do sofrimento das histéricas eram palavras, eram lembranças, eram afetos que não poderiam ser experienciados, eram coisas que não podiam ser ditas, que não podiam ser reconhecidos socialmente" [9]
Veja a obra de arte que retratou muito bem esse fenômeno que Dunker descreveu acima
“Abram-se os histéricos” Um espetáculo da Companhia Inconsciente em Cena que aborda a histeria no contexto francês em final do século XIX.



Ainda estamos longe de aprender a lidar com este fenômeno que tem se tornado cada vez mais comum, e tem atingido um percentual da população numa ordem assustadora e , mesmo assim, ainda é um tabu. É um assunto muitas vezes escondido principalmente no meio empresarial ,na sociedade e nas famílias. É preciso falar mais sobre isso cada vez mais. 
O conceito,então surgiu com essa finalidade: humanizar e facilitar o tratamento. Estes transtornos tem se tornado cada vez mais As transformações socioculturais,as demandas sociais, o fatores fisiológicos e hereditários tem se multiplicado e não há estrutura educacional e nem cultura sirva de solo sustentador e motivador de saúde mental.Veja o que a jornalista Claudia Belford relata ao tentar fazer um artigo sobre o tema sofrimento psíquico
"Eu achava que usar palavras mais leves para denominar transtornos psiquiátricos não fazia diferença. Sabe que faz? Quem trabalha com palavras, como os jornalistas, geralmente quer o termo mais conciso para definir uma situação. Facilita a compreensão e dispensa a tradução em novas palavras o que uma única resume. Mas retratar um fato é diferente de dar um diagnóstico e, da mesma maneira que há pessoas diversas, há reações diversas quando alguém se descobre portador de uma doença mental. Para alguns um termo pode clarear o entendimento de um problema, para outros pode ser motivo de confusão, medo, negação e até rejeição a um tratamento. Além do mais, o uso corrente de uma palavra – como esquizofrenia, atualmente usada também para referir-se a situações contraditórias – acaba dando a ela novos significados, estigmas ou visões equivocadas(...) Priscilla Menezes de Oliveira. No primeiro post que escrevi, ela comentou que a expressão doença mental é carregada de estigmas e que ela sugeria o uso de sofrimento psíquico grave. Na sua opinião seria “mais fiel ao transtorno e não pressupõe a ideia de uma doença no sentido fisiológico”. Conversei melhor com Priscilla e levei o tema a psiquiatras. Com maior ou menor intensidade, eles concordaram que, sim, é preciso cuidado com as expressões usadas para categorizar doenças mentais, como também é necessário ampliar a qualidade da informação sobre o tema(...) A mudança de nome deve vir juntamente com uma transformação do pensamento em um âmbito social. A terapia comunitária representa um importante avanço nesse sentido. É necessário expandir a informação sobre esses transtornos psíquicos. A falta de conhecimento se encontra hoje na forma como os indivíduos são atendidos e tratados e na forma como o transtorno é abordado. É preciso humanizar o transtorno, assim como expandir a informação ao público em geral. Tirar o sofrimento apenas do âmbito médico e analisá-lo também como um problema familiar e social(...) "[2]
As pessoas que sofrem de alguma transtorno possuem realmente um sofrimento psíquico muito grande. É psíquico e, por isso, não se pode medir fisicamente.Daí a dificuldade de controle, intervenção eficaz e compreensão exata e imediata da origem . O sofrimento psíquico não tem correspondente orgânico que seja detectado num exame.O que se encontra é um grande desconforto emocional e uma angústia insuportável .
"Não tenho nada a dizer.  Eu fico mudo quando a dor te corta. Nem oração, nem poemas, nem música, nem televisão. Nem sentir raiva, nem pena.Não adianta fugir, nem segurar sua mão. Vou esperar do seu lado a tempestade passar...."Leoni

Segundo Martin Heidegger "A angústia é a disposição fundamental que nos coloca perante o nada". Segundo Claudio Pfeil "A angústia é um efeito do Real, mas também uma proteção contra o Real, que é insuportável. Na angústia, o simbólico é requisitado como se ordenasse ao Real: pare! A angústia é uma forma de suportar a existência, uma tentativa de compreender, o que não significa que se compreenda.
"Porque a angústia, meu amor, é essa tristeza sem rosto, sem acontecimento, sem desencadeador, sem réu.É, de repente, não caber em lugar algum e escrever esse amontoado de palavras magoadas com ninguém. Essa angústia a gente não puxa, não escolhe, ela entra na gente assim como a noite caindo lenta e definitiva. Ela te impõe uma perda irremediável do que você era antes, ela te força a trocar de pele como se você tivesse tomado muito sol sem proteção.O que a angústia quer de você é a desaceleração pra parar e contemplar e agir de acordo com o que pede a tua sede de alma...Ela vem pra gritar aquilo que seu coração sussurrou tantas vezes num momento em que você pensava estar ocupado demais para ouvir."Marla de Queiroz
Cada Transtorno possui sintomas diferentes,mas o sofrimento esta sempre presente .A tristeza profunda também esta presente em muitos transtornos; a dificuldade de expressar os sentimentos é outro sofrimento; o estresse ,a fobia social, os medos,as preocupações excessivas, etc.Tudo gerando sofrimento ao paciente que espera ser aceito, compreendido,apoiado e ajudado. 
É necessário um trabalho sistemático no sentido de educação para humanização,pois esses transtornos precisam de tratamento psicológico e psiquiátrico. Paralelamente a família precisa entender o que esta acontecendo com seu ente querido para dar o suporte emocional que a pessoa necessita. A ignorância sobre o assunto além de dificultar ou impedir o tratamento , pode também piorar o quadro Na verdade a sociedade incluir as pessoas com algum transtorno, e não excluí-las.
Obra de Steve Hanks 
"Os traços mentais distintivos da melancolia são um desânimo profundamente penoso, a cessação de interesse pelo mundo externo, a perda da capacidade de amar, a inibição de toda e qualquer atividade, e uma diminuição dos sentimentos de auto-estima a ponto de encontrar expressão em auto-recriminação e auto-envelhecimento, culminando numa expectativa delirante de punição. (FREUD, 1974, p. 276). Sobre "Amor e melancolia e a imagem arquetípica do anjo"
Conheço casos em que a família demora a aceitar ; outros casos em que o indivíduo é marginalizado na empresa e até demitido .Por não se ver no corpo qualquer evidência muitos confundem com preguiça, frescura, hostilidade,etc. Muitos tem vergonha de procurar um profissional, outro negam que precisam, outros se tratam, mas escondem, o que se torna outro fator de maior sofrimento.
O fato é que qualquer transtorno psíquico acaba por retirar o indivíduo de sua vida normal na sociedade, e por isso, deve ser compreendido e detectado antes para que seja controlado e tratado.
É necessário falar ,falar e falar mais sempre,e achar que esgotamos o assunto.Escolhi abordar o assunto com casos de artistas, pois sabemos que a arte esta a sempre á frente de nosso tempo, sempre sobrepujando os padrões da sociedade,excedendo as alturas de nossa razão, elevando a imaginação,rompendo limites,dominando o ininteligível , suplantando com coragem a covardia da expressão livre de criação, vencendo a fortaleza do pensamento limitador , denunciando e elegendo os horizontes que devemos contemplar.
Segundo Jung Carl G,In: "Lame et la Vie "As forças criadoras irracionais , que se manifestam com maior clareza na arte, escapam a todo esforço de racionalização.Mesmo se todos os mais simples desenvolvimento fossem casualmente explicados, o fator criador (..) ficará eternamente inacessível ao conhecimento humano"
Freud (1910) disse que “A natureza deu ao artista a capacidade de exprimir seus impulsos mais secretos, desconhecidos até por ele próprio, por meio do trabalho que cria; e estas obras impressionam enormemente outras pessoas estranhas ao artista e que desconhecem, elas também, a origem da emoção que sentem”.
Muitos gênios da arte como já foram citados aqui e, da ciência sofriam de algum transtorno. Mas eu gostaria de detalhar e citar alguns casos específicos que mais me chamam a atenção. O primeiro é Vincent Van Gogh.Lendo sua história e olhando suas obras entendemos um pouco sobre sofrimento psíquico.

O Caso Van Gogh

                          VAN GOGH - "O HOMEM VELHO COM A CABEÇA EM SUAS MÃOS" - 1882

No começo de sua vida artística, segundo especialistas e biógrafos de Van Gogh, a sua arte era feita com tintas opacas e terrosas, ao que eles chamam de “Período Escuro de Van Gogh .A tinta opaca e terrosa na "linguagem dos materiais" simbolizando tristeza, angústia, sofrimento e dor.
Durante toda a sua vida Vicent Van Gogh, nunca foi feliz no amor, primeiro havia se apaixonado por sua prima Kee Vos-Stricker, mas ela não correspondeu e ao ser pedida, por ele, em casamento disse-lhe um sonoro não; depois, já em Haia, apaixonou-se por uma prostituta, chamada Sien, que já tinha um filho e estava grávida. A família de Van Gogh, ao saber do fato, exigiu que Van Gogh se afastasse imediatamente de Sien e assim ele o fez; dois anos mais tarde ele se apaixonou por uma vizinha de nome Margot Begemann e por ela foi correspondido, apaixonados resolveram que iriam oficializar o casamento, mas as duas famílias tanto a de Vicent Van Gogh, quanto a de Margot Begemann, foram contra e exigiram o fim do compromisso, o que levou a Senhorita Margot Begemann, desesperada tentar até o suicídio, mas não conseguiu.


VAN GOGH - "MARGUERITTE AO PIANO" - 1890-
 Não são muitos, são poucos, mas, alguns biógrafos de Vicent Van Gogh, afirmam que sim, que houve um relacionamento amoroso e profundo entre Vicent Van Gogh e Marqueritte Gachet, a bela filha do Dr. Gache



Obra de Vincent Van Gogh, Starry Night Over The Rhone, 1889, Paris


Noite Estrelada foi pintada quando Vincent Van Gogh tinha 37 anos e estava internado num em Saint-Rémy-de-Provence (1889-1890)- Museu de Arte 
Uma curiosidade que me encantou foi o fato de saber que esta obra foi composta pela memória e não a partir da vista correspondente de alguma paisagem. 


Van Gogh fez esta obra compondo de formas arredondadas expressando muita emoção e sentimentos que até hoje nos causam espanto. Estrelas na noite brilhando sobre um mar calmo e tranquilo. Algumas análises desta obra dizem que sua a busca turbulenta pela paz e tranquilidade criara este cenário divino cheio de eternidade silêncio que ele tanto necessitava.Parece que para sublimar seu sofrimento ele pinta a escuridão da noite,. Tintas escuras ,mas janelas iluminadas para simbolizar uma saída . Percebe-se uma ode ao seu clamor pela tranquilidade e conforto, ainda que simbolizado pelo silêncio da noite. O clamor é evocado pelas estrelas brilhantes Tudo parece em paz ,iluminado,calmo e unificado...e,no entanto o isolamento compõe esta magia 
O uso constante da cor amarela em suas obras são entendidas de várias formas. Enquanto muitos acreditam ter sido um reflexo de seu envenenamento pelo chumbo da tinta, ou algum tipo de doença do cérebro .Eu prefiro acreditar que este traço recorrente e muitas de suas obras pode ser entendida pela busca do divino e da espiritualidade
Há quem diga que Van Gogh sofria de esquizofrenia esquizofrênico .Mas o último diagnóstico aceito foi "Transtorno Bipolar do Humor: oscilação entre depressão e euforia.Este transtorno é muito mais comum do que se pensa.Para se ter a noção da dificuldade de se fechar um diagnóstico eles transitavam entre esquizofrenia e "Transtorno Bipolar do Humor , o que significava mais sofrimento para o paciente e ineficácia no tratamento
O Transtorno Afetivo Bipolar [1] é também conhecido como Transtorno Bipolar do Humor (TBH) ou, antigamente, como Psicose Maníaco Depressiva (PMD). Trata-se de uma doença relacionada ao humor ou afeto e classificada no mesmo capítulo da Depressão e da Distimia. O TAB se caracteriza por alterações do humor, com episódios depressivos e maníacos ao longo da vida. É uma doença crônica, grave e de distribuição universal, acometendo cerca de 1,5% das pessoas em todo o mundo.Os episódios agudos de oscilação afetiva do Transtorno Afetivo Bipolar nem sempre necessitam de vivências para se manifestarem,mas o estresse pode ser um gatilho.Vincente Van Gogh sofria deste transtorno .
"Em 1889, aos 36 anos, pediu para ser internado no hospital psiquiátrico em Saint-Paul-de-Mausole, perto de Saint-Rémy-de-Provence, na Provença. A região do asilo possuía muitas searas de trigo, vinhas e olivais, que transformaram-se na principal fonte de inspiração para os quadros seguintes, que marcaram nova mudança de estilo: as pequenas pinceladas evoluíram para curvas espiraladas.Auvers-sur-Oise"Em maio de 1890, Vincent deixou a clínica e mudou-se de novo para perto de Paris (em Auvers-sur-Oise), onde podia estar mais perto do seu irmão e frequentar as consultas do doutor Paul Gachet, um especialista habituado a lidar com artistas, recomendado por Camille Pissarro. Gachet não conseguiu melhorias no estado de espírito de Vincent, mas foi a inspiração para o conhecido Retrato do Doutor Gachet. Em Auvers Van Gogh produz cerca de oitenta pinturas .
Entretanto, a depressão agravou-se, depois de semanas de intensa atividade criativa (nesta época Van Gogh pinta, em média, um quadro por dia) Van Gogh dirige-se ao campo onde disparou um tiro contra o peito. Arrastou-se de volta à pensão onde se instalara e onde morreu dois dias depois, nos braços de Theo. As suas últimas palavras, dirigidas a Theo, teriam sido: "La tristesse durera toujours" (em francês, "A tristeza durará para sempre") Em Saint-Rémy ele pintou :lírios (1889), Noite Estrelada (1889),Campo de Trigo com Ciprestes (1889),Auto-Retrato (1889),Auto-Retrato com a Orelha Cortada (1889),Oliveiras (1889),Pinheiro Diante do Sanatório de Saint-Paul (1889),La Berceuse (5 quadros da esposa do carteiro Roulin, 1889/1890),A Sesta (1890),A Arlesiana (4 retratos de Madame Ginoux a partir do desenho de Gauguin, 1890) e A Ronda dos Prisioneiros (após Doré, 1890)"[2]
Segundo Carolina Carmini " O artista Van Gogh (1853-1890), é um dos artistas mais filmados. Talvez o misto de mistério em relação a sua doença, a ideia do suicídio - que recentemente foi desconstruída por historiadores -, as cores e expressividade das obras, seu temperamento difícil, as inúmeras biografias e laudos psiquiátricos tenham tenham fomentando na mente de diretores e roteiristas de todo mundo.O fascínio, pela vida atormentada e trágica de Vincent gerou mais de uma dezena de filmes e curtas."
Neste exemplo abaixo você vê a cena do filme "Van Gogh - Painting with Words". Veja a enorme diversidade de obra cinematográfica gerada pelo caso Van Gogh no site Obviou [3]
Outra sugestão importante é este vídeo encontrado neste vídeo:  http://www.youtube.com/watch?v=aYo4NC8HvLI&feature=youtu.be

O Caso Kurt Cobain segundo relato de Maria Stella

Outro gênio da música foi Kurt Cobain com um diagnóstico que transitava entre Transtorno Bipolar e Transtorno de Personalidade Borderline .Ele possuía uma atitude altamente autodestrutiva e apresentava também todos os sintomas de Transtorno de Personalidade Borderline .E, nessa época este transtorno era muito pouco conhecido e divulgado. Outro erro de diagnóstico.




"Abuso de substâncias: Kurt Cobain foi viciado em heroína; apesar de seu baixo peso e sua altura também nem tão "grande" assim, consumia quantidades absurdas de drogas. É comum o abuso de analgésicos em casos de TPB, que segundo o site anythingtostopthepain.com é chamado de "Bellman's Syndrome" (ou Síndrome de Bellman). O uso de analgésicos pode ser relacionado a uma dor emocional muito intensa que faz com que a pessoa que tem Personalidade Borderline procure analgésicos para conseguir lidar com uma dor emocional que, às vezes, parece física (falo por experiência própria!). Durante as turnês do álbum Nevermind, Kurt desmaiou várias vezes e dormiu em ensaios fotográficos importantes, por estar muito "medicado" por essas substâncias. Ele dizia que ninguém iria conseguir fazê-lo parar com isso, por isso não ligava para o que diziam. Triste demais, mas os últimos momentos do artista são ainda mais trágicos! 

Doença Psicossomática: Ele tinha uma "dor" no estômago que ninguém conseguiu diagnosticar -(durante a vida toda). Por toda sua vida, Kurt procurou médicos a respeito de uma misteriosa e terrível dor no estômago que não havia sido diagnosticada. Mesmo com baterias de exames, a suposta "dor" que era muito real para ele, não encontrava explicação alguma. Apenas Kurt sabia o quanto sofria com isso e quanto de seu vício em analgésicos era causado por essas dores. Ele se sentia sozinho e deixava isso bem claro em suas letras. Não havia tratamento que conseguisse pelo menos amenizar o sofrimento do cantor. 

Kurt Cobain e seus Relacionamentos: Kurt estava com dificuldades, vindas de seu uso constante e massivo de drogas, em seu casamento com Courtney Love (que também era usuária e Borderline). Mesmo assim, os colegas de banda e a esposa tentaram colocá-lo em um programa de desintoxicação em seus últimos dias de vida. Dizem que ele deu um tanto de "trabalho" para ser internado e brigou com os colegas e a esposa. No aeroporto, indo para a clínica de reabilitação, brigou com então baixista da banda Nirvana - Krist Novoselic, com atitudes de agressividade e xingamentos para fugir da reabilitação. Infelizmente Kurt não suportou a dor do Transtorno e sucumbiu após uma recaída, tendo tomado a definitiva atitude que tomou. O seu relacionamento com Love também era marcado por altos e baixos, brigas e boatos de infidelidade. 

Autoimagem instável e vergonha: O site anythingtostopthepain.com aponta para a música "All apologies" como um exemplo, entre muitos, de suas letras com conteúdo Borderline. Ele diz na letra:"O que mais eu posso ser, todo desculpas!...O que mais eu posso escrever, eu não tenho o direito...No sol, eu me sinto como "um" ...Casado, enterrado..."
Em algumas parte, se refere diretamente à vergonha de ser quem é:" Eu gostaria de ser como você .Facilmente deslumbrado.Encontro meu ninho de sal.Tudo é minha culpa. Vou levar toda a culpa. Vergonha de espuma marítima.Queimadura de sol com queimadura de gelo.Engasgando nas cinzas de seu inimigo ..."Mas essa é uma das muitas letras de Kurt relacionadas aos sentimentos que ele tinha sobre seu Transtorno, que talvez não fosse apenas Bipolar e sim um transtorno muito autodestrutivo e de personalidade conhecido por nós como" Borderline".

Automutilação: Será que isso realmente aconteceu com Cobain? O fato é que há muitos boatos pela Internet dizendo que familiares confirmam que Kurt chegou a se queimar com cigarros, inclusive em sua própria testa, para lidar com suas dores emocionais, além do abuso intenso de drogas (que pode ser considerado como uma forma de se machucar também)." [5]
Segundo “Stern o indivíduo o Borderline era tido como aquele portador de “hemorragia mental”, devido a imensa intolerância à frustração e o constante sentimento de mágoa, injustiça e eterna ferida emocional.Grinker, em 1967, e outros descrevem a Síndrome Borderline,com os seguintes sintomas:



1- Sentimento de raiva como afeto essencial;
2. – Anáclise como transtorno nas relações objetais
3. – Falta de identidade (instabilidade)
4. – Depressão sem sentimento de culpa, sem auto-acusação ou remorso."[6]

A DSM enumera 9 critérios para o diagnóstico do transtorno Borderline e estabelece menos que 5 desses critérios estejam presentes para se fechar um diagnóstico. Vamos conhecê-los baixo:
1. Esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginado.
2. Relações interpessoais instáveis e intensas.
3. Falta de senso claro de identidade.
4. Impulsividade em comportamentos potencialmente prejudiciais à própria pessoa, tais como abuso de drogas, sexo, furtos, direção imprudente, comer compulsivamente.
5. Ameaças ou gestos suicidas recorrentes ou comportamento de automutilação.
6. Severas oscilações de humor e extrema reatividade a situações de estresse.
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Exposições frequentes e inadequadas de raiva.
9. Distorções do pensamento. Paranoia. Sensações de irrealidade.[7]




O Caso Camille Claudel. 

Alguns amores nos ensinam eternidades. (Mas) em poucos segundos entendi que, em mim, as suas não ficariam. Você não foi feito pra ficar. Você é vento. Vento que murmura. Vento que mistura. Vento que deixa. Você é o beco mais difícil do meu poema. Poema com saída. Não aprendi o ponto que te finaliza. Acendo uns atalhos. Te abrigo nas asas desse abraço. Te escrevo alguma liberdade. Tua ausência é o meu mormaço. Danço pra te ver nascer" Priscila Rôde


A força e a grandiosidade do talento de Camille Claudel estavam na verdade em um lugar muito incômodo: entre a figura legendária de Rodin e a de seu irmão que se tornou um dos maiores expoentes da literatura de sua geração. E não é difícil ler que as questões de gênero permeiam esse lugar menor dedicado a Camille.Seu gênio sufocado por dois gigantes, sua vida sufocada por um abandono, suas forças e sua lucidez esgotadas por uma relação umbilical com seu mestre e amante. Uma relação da qual não conseguiu desvencilhar-se, consumindo sua vitalidade na vã tentativa de desembaraçar-se desse destino perverso. Camille Claudel, sua fortepersonalidade, sua intransigência, seu gênio criativo que ultrapassou a compreensão de sua época, como afirma o personagem de Eugène Blot no filme, permanecerá ainda e sempre um Sumo Mistério." Por iniciativa de seu irmão mais novo, é internada em um manicômio, onde passou seus últimos 30 anos, morrendo em 1943, com 78 anos.  
Obra de Camille Claudel.  (08/12/1864 – 19/10/1943)
Sakountala ou L'Abandon. 
Escultora francesa de uma sensibilidade fora do comum, que produziu obras de incomparável beleza e delicadeza.

Com apenas 17 anos, Camille conhece  um dos maiores artistas de seu tempo, Auguste Rodin, de quem se tornou assistente, musa e amante. Depois de  15 anos de relacionamento, ela rompe o romance e seu sofrimento psíquico se acelera.  Camille decide deixar Rodin. Em 1898 rompem definitivamente o romance, e passa a morar em seu estúdio, passando por problemas financeiros e psicológicos, ela acreditava que havia um complô de Rodin contra ela. Depois de 1906 ela destrói tudo que esculpe, joga no rio Senna ou enterra, acredita que Rodin a persegue e quer destruí-la. Após a morte de seu pai, sua família arranjou uma certidão médica (ela foi diagnosticada como portadora de delírio paranóico), e Camille foi levada à força para um hospício, onde passou os últimos 30 anos de sua vida e jamais voltou a esculpir. Camille Claudel morreu em Paris, 19 de outubro de 1943. ”

Essa fase da vida de ambos é marcada por obras de intensa .Essa relação foi marcada por sofrimento e abandono , a qual pode ser entendida como uma dependência afetiva e ouso dizer que era como um um tamponamento de sua, sofrimento e vazio. O abandono é um sentimento que pode remeter a fases mais primitivas de uma  vida pessoa.Lembro-me de uma frase de  Livia Garcia Roza que diz:: " Não sei se nos curamos do sentimento de abandono."
Camille Claudel, tinha uma personalidade forte e , sua intransigência, seu gênio criativo ultrapassou a compreensão de sua época, permanecerá ainda e sempre em um Sumo Mistério. Camille acaba internada em um manicômio, onde passou seus últimos 30 anos, morrendo em 1943, com 78 anos. . Elizabeth da Rocha Miranda , In: "Camille Claudel : "A arte de ser mulher" relata  que ela morreu deixando uma frase que pode representar o inominável de sua "falta a ser ". Canille deixa escrito: "Há sempre algo de uma ausência que me inquieta." 
Em um trecho de Carmen Silvia Cervelatti  ,ela explica um pouco o fenômeno desta falta a que se refere Camille .Carmen diz  “Da posição de não-toda, a demanda de amor (que tem potência de infinitude) é endereçada ao Outro barrado e retorna ao parceiro feminino como devastação, porque este lugar é um lugar não cerceado, não há limite, tende ao infinito. O parceiro-sintoma da mulher torna-se, assim, o parceiro-devastação(...) A criação artística revela o impossível de dizer, ou seja , a relação com o vazio do Outro, com o furo, que tanto o artista quanto o feminino podem experienciar e dar testemunho dele(...) A força e a grandiosidade do talento de Camille Claudel estavam na verdade em um lugar muito incômodo: entre a figura legendária de Rodin e a de seu irmão que se tornou um dos maiores expoentes da literatura de sua geração. Camille Claudel Mais tarde, ela torna-se amante do mestre e cai em desgraça perante a sociedade parisiense. Após 15 anos de relacionamento, ela rompe o romance e mergulha cada vez mais na loucura e na solidão. E não é difícil ler que as questões de gênero permeiam esse lugar menor dedicado a Camille. Seu gênio sufocado por dois gigantes, sua vida sufocada por um abandono, suas forças e sua lucidez esgotadas por uma relação umbilical com seu mestre e amante. Uma relação da qual não conseguiu desvencilhar-se, consumindo sua vitalidade na vã tentativa de desembaraçar-se desse destino perverso. "[16]


Veja este texto de António Lobo Antunes : "Eu estava a pensar na forma como se poderá entender o amor, à luz da minha formação. Da minha perspectiva, depende daquilo que o outro representa, se o outro é um prolongamento nosso, é uma parte nossa, como acontece muitas vezes, ou é uma idealização do eu de que falaria o Freud. No sentido psicanalítico poder-se-ia dizer que o amor corresponde ao eu ideal e, portanto, à procura de qualquer coisa de ideal que nós colocamos através de um mecanismo de identificação projetiva no outro. Portanto, à luz de uma perspectiva científica, como é apesar de tudo a psicanalítica, o problema começa a pôr-se de uma forma um bocado diferente. Nesse sentido e na medida em que o objecto amado é sempre idealizado e nunca é um objectivo real, a gente, de facto, nunca se está a relacionar com pessoas reais, estamos sempre a relacionarmo-nos com pessoas ideias e com fantasmas. A gente vive, de facto, num mundo de fantasmas: os amigos são fantasmas que têm para nós determinada configuração, ou os pais, ou os filhos, etc. (...) O amor é uma coisa que tem que tem que ver de tal forma com todo um mundo de fantasmas, com todo um mundo irreal, com todo um mundo inventado que nós carregamos connosco desde a infância, que até poderá haver, eventualmente, amor sem objecto. O amor não será, assim, necessariamente, uma luta corpo a corpo, ou uma luta corporal, mas pode ter que ver realmente com outras coisas, uma idealização, um desejo de encontrar qualquer coisa de perdido, nosso, que é normalmente isso que se passa, no amor neurótico, ou mesmo não neurótico. Quer dizer, é a procura de encontrarmos qualquer coisa que a nós nos falta e que tentamos encontrar no outro e nesse caso tem muito mais que ver connosco do que com a outra pessoa. Normalmente, isso passa-se assim e também não vejo que seja mau que, de facto, se passe assim. "

Esta reflexão de Antonio Lobo reforça o pensamento de Jacques Lacan  que diz que "Todo amor encontra seu suporte em certa relação entre dois saberes inconscientes” Amamos a falta , o que não é conhecido." 
Segundo Renato Dias Martino " A forma como se escolhe o par amoroso revela a maturidade do ‘eu" .Há casos em que os romances provocam estados afetivos comprometidos que causam profundo sofrimento ,os quais , segundo Andrea de Souza Vaz "
são caracterizado por:instabilidade emocional, baixa autoestima, abuso de substâncias químicas, compulsão alimentar,amor em demasia(patológico), tristeza, euforia, ilusão, ... desequilíbrio emocional e financeiro, ansiedade..." 
Nesses casos é indicado uma busca profissional, pois segundo Juan-David Nasio " Toda dor é a lembrança de uma dor antiga e toda perda é a reprodução de uma primeira dor já esquecida."[15]
"Quando amar significa sofrer esta se amando demais. Quando não gostamos de muitas das características, valores e comportamentos básicos do parceiro , mas toleramos pacientemente ,achando que ,se ao menos formos atraentes e amáveis o bastante ele irá mudar, este pode ser um caso exemplar de quem esta amando demais. Amar demais é uma experiência comum para muitas mulheres,que quase acredita ser assim que os relacionamentos íntimos devem ser. A maioria de nós já amou demais pelo menos uma vez , mas , para muitas mulheres este tipo de relacionamento é uma constante . Amar demais mesmo quando o parceiro é inadequado,inacessível, A REJEITA, e não satisfaz as necessidades do outro , e mesmo assim tem-se dificuldade para abandoná-lo pode ser um caso clássico de "Pessoas Que Amam Demais. "O fato de querer amar e ser amado pode se tornar um vício nestes casos. E , ai ama-se de forma obsessiva ” Robin Norwood
Uma das origens de se desenvolver esta obsessão por amar demais pode ser compreendida quando estudamos mais a fundo alguns casos de co-dependentes químicos. Verifica-se que muitos viveram dramas familiares e possuem histórias pessoais onde experimentaram muito sofrimentos na infância e, por isso precisaram desenvolver a capacidade de serem estoicas e salvadoras. Repetem assim o mesmo modelo que tiveram na infância onde elas é que controlam e salvam alguém que precisa de ajuda.Assim, elas perpetuam esse padrão de relacionamento insistindo em preferir relacionamentos difíceis.

"O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida."
(Fernando Pessoa)
Camille Claudel, sua forte personalidade, sua intransigência, seu gênio criativo que ultrapassou a compreensão de sua época e  permanecerá ainda e sempre um grande mistério. A história dessa musa da escultura  gerou arte cinebiografia de sua vida .Veja o fragmentos do Filme "Camille Claudel "http://www.youtube.com/watch?v=KakSfeUzLs0&feature=youtu.be
 O filme relata seu drama em  1915, durante os dois anos  internada  em um  asilo psiquiátrico depois de uma crise nervosa pela ruptura com  Auguste Rodin. Nesse filme "O espectador é colocado nos ombros de Camille, espiando sua vida com os olhos dela, que tenta convencer as pessoas de que está sã, mas acaba desenvolvendo uma paranoia, em que acredita estar sendo vítima de uma conspiração."[17]

Veja um texto que li em " Boletim e Outras Palavras"o qual aborda este tema com grande propriedade : " Lacan, In: “Televisão” diz que : "....às mulheres se impõe serem nãotodas. E que “o universal do que elas desejam é a loucura: todas as mulheres são loucas, como se diz. É por isso mesmo que não são todas, isto é, não loucas-de-todo, mas antes, conciliadoras, a ponto de não haver limites para as concessões que cada uma faz a um homem: de seu corpo, de sua alma, de seus bens” o que as leva à condição de mascaradas, mas que não faz necessariamente com que sejam psicóticas....A força e a grandiosidade do talento de Camille Claudel estavam na verdade em um lugar muito incômodo: entre a figura legendária de Rodin e a de seu irmão que se tornou um dos maiores expoentes da literatura de sua geração. E não é difícil ler que as questões de gênero permeiam esse lugar menor dedicado a Camille.Seu gênio sufocado por dois gigantes, sua vida sufocada por um abandono, suas forças e sua lucidez esgotadas por uma relação umbilical com seu mestre e amante. Uma relação da qual não conseguiu desvencilhar-se, consumindo sua vitalidade na vã tentativa de desembaraçar-se desse destino perverso. Camille Claudel, sua fortepersonalidade, sua intransigência, seu gênio criativo que ultrapassou a compreensão de sua época, como afirma o personagem de Eugène Blot no filme, permanecerá ainda e sempre um Sumo Mistério."[18]

Caso  Salvador Dali .

Ventila-se a possibilidade dele ter sofrido de Transtorno de personalidade paranoide.
Paranoic Visage - Pintura de Salvador Dali

"Salvador Dali pintou suas obras mais famosas , provavelmente as melhores, nas décadas de 1929-39, usando o “método crítico-paranóico” que ele mesmo imaginou.Este método envolvia várias formas de associações irracionais, imagens que variavam conforme a percepção do observador, de tal maneira que um grupo de pessoas ou objetos pudesse de repente ser vista como o rosto de uma mulher, por exemplo.De acordo com Dali, esses objetos têm um mínimo de significado mecânico, mas quando os vemos a mente evoca imagens fantasmas que são os resultados de atos inconscientes. Observe com atenção a imagem acima."[10]
Segundo CID-10 /F60.0 O Transtorno de Personalidade Paranoide "trata-se de distúrbios graves da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo, não diretamente imputáveis a uma doença, lesão ou outra afecção cerebral ou a um outro transtorno psiquiátrico. Estes distúrbios compreendem habitualmente vários elementos da personalidade, acompanham-se em geral de angústia pessoal e desorganização social; aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência e persistem de modo duradouro na idade adulta.A Personalidade paranoica é transtorno da personalidade caracterizado por uma sensibilidade excessiva face às contrariedades, recusa de perdoar os insultos, caráter desconfiado, tendência a distorcer os fatos interpretando as ações imparciais ou amigáveis dos outros como hostis ou de desprezo; suspeitas recidivantes, injustificadas, a respeito da fidelidade sexual do esposo ou do parceiro sexual; e um sentimento combativo e obstinado de seus próprios direitos." [11]

Deixo para vocês uma obra de Salvador Dali e um texto de Isabel Saij para reflexão.

                             O rosto como paisagem - Salvador Dali, El Gran Paranoico, 1936

"Desfazer o rosto não é um trabalho pequeno. Se o rosto é político, desfazê-lo também é uma política. Não podemos lutar contra o rosto e contra a máquina abstrata de "visageieté". É preciso lutar com esses elementos e inventar um novo uso para eles.É somente no buraco negro da consciência e da paixão subjetivas, onde cada um se conecte aos espaços desconhecidos do outro, sem lá entrar nem conquistar que podemos desmontar esse sistema... Há necessidade da disponibilidade intelectual de cabeças pensantes que capacitem a máquina abstrata de "visageité" para um funcionamento diferente, iniciando-se assim um ano zero, mas para isso é preciso romper com os códigos anteriores.Estaremos mesmo perdidos num labirinto sem saída   ou resta alguma esperança?" [13]
Termino esta reflexão chamando a atenção de todos os que forem responsáveis pela promoção e disseminação do conhecimento . Conhecer desfaz o medo e o preconceito.É preciso enfrentar o desconhecido e desvendá-lo.O incognoscível é um caminho para a expansão do pensamento, uma estratégia para aquisição da sabedoria.Quando ele nos atravessa somos visitados pelo infinito

Segue abaixo uma lista de Gênios que Sofriam de Transtornos Psíquicos


Em 2014, um dos atores mais geniais do cinema, Robin Williams, se suicidou vítima da depressão. Entretanto, essa doença não é tão recente assim. Vários outros artistas e pensadores sofreram com essa enfermidade. Em muitas vezes, ela não se apresenta sozinha, sendo associada ao transtorno bipolar, por exemplo.
Assim como Williams, conheça outros 9 gênios em suas áreas que sofreram doenças mentais que inclusive levaram alguns deles à morte:
1. Francisco Goya (1746 – 1828)
Aos 46 anos, Goya sofreu uma misteriosa doença que lhe causava tonturas, dores de cabeça, fraqueza nos braços e problemas de visão e audição. Esses sintomas fizeram o pintor espanhol desenvolver depressão e ter ataques de alucinação e delírio. Goya também perdeu muito peso. Esses problemas todos refletiram em sua obra, que passou a ser mais escura e sombria.06173725951431
Retrato de Goya feito por Vicente López Porteña
2. Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)
Um dos mais lendários compositores da história, Beethoven sofria de depressão e de transtorno bipolar. Ele ia de um extremo enérgico criativo à melancolia profunda, com tendências suicidas. Estudiosos dizem que essa condição piorou bastante a partir dos 26 anos, quando desenvolveu a surdez. Ele morreu de cirrose hepática, por ter se tornado alcoólatra.06173939363440
Retrato de Beethoven feito por Joseph Karl Stieler
3. Machado de Assis (1839 – 1908)
Um dos maiores escritores em língua portuguesa, Machado de Assis era constantemente assolado pela tristeza e pela melancolia. A depressão aumentou com a morte da esposa, em 1904. O tema da depressão também é recorrente em sua obra.
4. Vincent Van Gogh (1853 – 1890)
Um dos maiores gênios do movimento pós-impressionista, Van Gogh teve uma vida miserável. A depressão, a bipolaridade, as alucinações e a epilepsia levaram o pintor holandês a cometer suicídio dois anos após cortar um pedaço da própria orelha direita. Especialistas acreditam que ele também sofria de xantopsia, por isso via os objetos mais amarelados e intensificava essa cor em seus quadros. Van Gogh também era viciado em absinto, a bebida mais famosa entre os boêmios franceses da época.
Autorretrato de Van Gogh
5. Edvard Munch (1863 – 1944)
Célebre pintor norueguês, Munch sofria de depressão e agorafobia, que é o medo de ficar em espaços abertos e com muitas pessoas. Munch também teve colapsos nervosos e sofria de alucinações. Supostamente, esses delírios teriam inspirado o pintor a produzir sua obra prima: “O Grito”, em 1893.
6. Ernest Hemingway (1899 – 1961)
Um dos maiores escritores norte-americanos do século passado, Hemingway teve uma vida bastante conturbada. Seu pai se suicidou quando ele tinha 29 anos, fazendo com que o tema do suicídio fosse recorrente em sua obra. Sofrendo de depressão, perda de memória, diabetes e hipertensão, Hemingway se matou com a mesma pistola de seu pai, que sua mãe lhe enviara pelo correio alguns anos antes.
7. Clarice Linspector (1920 – 1977)
Ucraniana naturalizada brasileira, Clarice é uma escritora renomada e adorada até hoje. Suas obras incluíam muitas tramas psicológicas em temas cotidianos. Depois de sofrer queimaduras graves no braço e na mão, por ter dormido com um cigarro aceso, Clarice desenvolveu depressão. Ela também teve depressão pós-parto com o nascimento de seu filho Pedro, que viria a desenvolver esquizofrenia.
8. John Forbes Nash (1928 – 2015)
Um dos maiores matemáticos recentes, John Nash estudou a teoria dos jogos, a geometria diferencial e as equações diferenciais parciais. Sua vida serviu de inspiração para o premiado filme “Uma Mente Brilhante”, de 2001. Nash sofria de esquizofrenia e depressão, além de possuir baixa autoestima. Passou anos em hospitais psiquiátricos, até abandonar os tratamentos impostos a ele. John Nash faleceu aos 86 anos em um acidente de carro.
9. Sylvia Plath (1932 – 1963)
Uma das maiores poetisas norte-americanas do século passado, Sylvia Plath sofreu de depressão durante toda sua a vida. Em 1962, ela escreveu “A Redoma de Vidro”, livro em que detalha sua luta contra a doença. No ano seguinte, aos 30 anos, Sylvia cometeu suicídio por não suportar mais viver deprimida. Teve o cuidado de trancar os filhos pequenos no quarto e deixar a janela aberta, já que iria enfiar a cabeça no forno e ligar o gás. Tragicamente, em 2009, seu filho também cometeu suicídio por também não suportar a depressão.
A depressão é uma doença séria e necessita de tratamento adequado. Se você conhece alguém que sofre desse mal, tente ser compreensivo e buscar ajuda adequada. Nem sempre é fácil identificar quando uma pessoa está passando apenas por uma fase ruim ou quando o quadro de melancolia se intensifica, por isso é necessário ficar atento.

Referências :
[1]Arte & Psicologia : http://contruindooser.blogspot.com.br/2013/11/transtorno-afetivo-bipolar.html
[2]http://pt.wikipedia.org/wiki/Vincent_van_Gogh
http://blogs.estadao.com.br/sinapses/loucura-doenca-ou-sofrimento-psiquico/ . Claudia Belford
[3]Vídeos e Filmes Van Gogh, Carolina Carmino no site Obvius [4] http://obviousmag.org/archives/2013/12/filmes_sobre_vincent_van_gogh.html
[5]Maria Stella .Não encontro mais este site.Quem souber de quem estou falando entre em contato comigo.Este relato foi postado há anos atrás
[6] http://clinicapsicologicamec.com.br/clinica/?p=446
[7]Leia mais e na fonte: Transtorno Afetivo Bipolar do Humor - Bipolar Brasil: Transtorno borderline e bipolaridade http://www.bipolarbrasil.net/2012/04/transtorno-borderline-e-bipolaridade.html#ixzz24uVWmO3j
Under Creative Commons License: Attribution No Derivatives
[8]" Por Pedro Augusto C. Bertolin (http://ulbra-to.br/encena/2012/05/03/Os-Alienistas-ou-seriam-Os-Alienados )
[9]( Chistian Dunker In " As transformações do sofrimento psíquico" )
[10]]http://arteonline.arq.br/newsletter/reviews2005/portugues_saij.htm
[11] CID-0 http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/f60_f69.htm
[12]Oficina de Psicologia http://oficinadepsicologia.com/
Indicação de Vídeos :" O Poder da Arte" :http://www.youtube.com/watch?v=aYo4NC8HvLI&feature=youtu.be
[13] Arte & Psicologia: http://contruindooser.blogspot.com.br/2013/12/a-projecao-nas-relacoes-e-suas.html
[14]Análise de Satary Night de Van Gogh:http://www.artble.com/artists/vincent_van_gogh/paintings/starry_night/more_information/analysis

[15] Rosangela Brunet,In: "A Idealização do Amor":   http://contruindooser.blogspot.com.br/2013/11/a-idealizacao-do-amor.html
16]Arte e Psicanálise
[17]Galeria Ana Terra
[18] Boletim Outras Palavras
[19] FONTE(S) Mother Nature Network/Ali Berman Mega Curoso Ironia Crônica/Nara França Gazeta do Povo/Raimundo Carrero Universitario e traduzido por Vida em Equilíbrio http://www.equilibrioemvida.com/2015/08/9-genios-depressivos/#ixzz3l65yC7FV

Fonte de Informação: 
1. ".http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2013/07/analise-da-obranoite-estrelada-de.html
3.http://detudoqueamo.wordpress.com/2011/09/28/artista-da-vez-camille-claudel/

Eu

Por Rosangela Brunet "O meu mundo não é como o dos outros: quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia...