quinta-feira, 30 de maio de 2013

Até Quando?.... Gabriel O Pensador


Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer censura
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada?
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!!

A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada,
até quando vai ficar sem fazer nada
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando?
http://youtu.be/rH5TRzmOVFo



terça-feira, 21 de maio de 2013

O Polêmico e Influenciador Teste Psicológico Rorschach

[...] é desnecessário dizer que nada “oculto” é passível de ser deduzido. Minha posição nessas questões é pragmática e as grandes disciplinas que me ensinaram a utilidade prática desse ponto de vista são a psicoterapia e a psicologia médica. Provavelmente em nenhum outro campo temos que levar em conta tantas incógnitas, e em nenhuma outra área temos que ter por hábito adotar métodos que funcionam, ainda que, por longos períodos, não saibamos por que eles funcionam(...) Na exploração do inconsciente deparamos com coisas muito estranhas, das quais um racionalista se afastaria com horror, afirmando, depois, que nada viu. A plenitude irracional da vida ensinou-me a nunca descartar nada, mesmo quando vão contra todas as nossas teorias (que mesmo na melhor das hipóteses têm vida tão curta) ou quando não admitem nenhuma explicação imediata. Naturalmente, isso é inquietante e não sabemos, com certeza, se a indicação da bússola está correta ou não, porém a segurança, a certeza e a paz não conduzem a descobertas.” 
(C. G. JUNG, 1949, em seu prefácio para o livro I CHING, de Richard Wilhelm)



Teste Psicológico Rorschach é refutado por muitos psicólogos atualmente

"Há uma grande polêmica em torno da confiabilidade e a validade do teste Rorschach desde a sua criação. Hoje, muitos psicólogos na Grã-Bretanha – provavelmente a maioria no país – acreditam que o Rorschach é uma tolice.As críticas ao Rorschach se centram em três coisas: Em primeiro lugar, alguns psicólogos argumentaram que o psicólogo que aplica o teste também projeta o seu mundo subconsciente sobre as manchas de tinta ao interpretar as respostas.Por exemplo, se a pessoa testada vê um sutiã, um psicólogo homem pode classificar isso como sendo uma resposta sexual, enquanto uma psicóloga pode classificar a resposta como algo que diz respeito somente à vestimenta.Em segundo lugar: O que ele está medindo? "
"Rorschach estava certo de que seu teste media formas desordenadas de pensar – como a que caracteriza a esquizofrenia – e isso nunca foi contestado. Mas sua habilidade para avaliar de forma precisa a personalidade humana continua sendo algo discutível.Por fim, críticos sugeriram que o Rorschach peca pela falta de confiabilidade. Dois avaliadores, por exemplo, podem chegar a conclusões de personalidade diferentes para a mesma pessoa. Eu também sou cético em relação ao valor científico do Rorschach, mas acredito que ele seja uma ferramenta útil para terapia e como forma de estimular a reflexão sobre o mundo interno de uma pessoa.

A Influência do Rorschach

Muitos artistas foram influenciados pelas manchas de tinta de Rorschach, como Andy Warhol, que criou uma série de ?pinturas de Rorschach” em 1984

1. “Andy Warhol: The Last Decade” at Brooklyn Art Museum

Rorschach Painting, 1984
© 2010 The Andy Warhol Foundation for the Visual Arts/Artists Rights Society (ARS), New York.
His Rorschach works were: “totemic forms of intricate design.” Warhol would make an inkblot and fold the canvas.


































E clipes como Crazy, de Gnarls Barkley.

Video: [highly recommended].MP4: "Crazy" - Gnarls Barkley [iPod Compatible]{Directed By: Robert Hales}
At the beginning of the month Gnarls Barkley’s “Crazy” hit the top of the UK charts, its success due exclusively to legal downloads. I think the music video, derivative of the Rorschach inkblot test, does a good job in setting the tone, check it out.

Nesta postagem abaixo  vemos outro exemplo de  obra de arte inspirada no tese .A artista  Cristianne Ly Inspirada Neste Teste fez  um, Álbum Inspirado no teste Rorschach .


Artista Cristianne Ly. 
Tinta China, 2010
Mask displays a constantly morphing inkblot that is based on the ambiguous designs
Álbum Inspirado no teste Rorschach .Artista Cristianne Ly. Mask displays a constantly morphing inkblot that is based on the ambiguous designs

O Rorschach também inspirou filmes, incluindo os personagens Rorschach na HQ Watchmen
30 de julho de 2012 às 14:45




 O Rorschach também inspirou filmes, incluindo os personagens Rorschach na HQ Watchmen
O mascarado homem acima é Rorschach, as known as Walter Kovacs, um sociopata do grandioso universo de Watchmen, cunhado pela mente desvairada de Alan Moore em parceria com Dave Gibbons.
Rorschach, nascido Walter Joseph Kovacs, foi apresentado ao mundo na edição #1 de Watchmen, realizando seu monólogo sobre a morte do Comediante. Há outro post sobre a maior obra de Alan Moore, portanto, não nos perderemos nessa àrea do tema.
É um herói psicopata; possui um ódio que foi, à principio, alimentado por sua mãe, Sylvia Joanna Kovacs – esta, uma prostituta que se separou, sob acusações de adultério, de seu marido, Peter Joseph Kovacs. Dois meses depois, Sylvia sustentava o filho rescém-nascido em apartamentos de baixa renda; provavelmente, a dificuldade financeira que uma criança traria foi o que levou a mãe de Walter para a prostituição. Das poucas informações que se sabem sobre o pai biológico do futuro vigilante mascarado, as principais são que seu nome inicial era Charlie e que deveria ser amigo do presidente Truman. Sua mãe o odiava e sempre discutia com o pai do garoto quando se tratava de política.
Com nove anos, nosso protagonista ouviu a mãe em serviço, pensando que ela estaria sendo abusada. Quando chegou lá, o cliente ficou irado e largou Sylvia na cama, deixando apenas cinco dólares. O evento foi seguido por um ato de violência familiar, tanto física quanto verbal. O jovem Kovacs ouviu sua mãe alegar que “deveria ter dado ouvidos aos outros e abortado esse moleque”.
Um ano depois, Walter saira para buscar algo para sua mãe no mercado. No caminho, foi parado por dois valentões que tiravam sarro dele por causa da mãe; um dos garotos esfregou uma fruta no rosto de Kovacs. Perdendo o controle, ele arrancou o cigarro da boca de um dos bullies e esfregou no olho do pequeno delinquente. Quanto ao outro, o futuro Rorschach derrubou-o com um tackle de futebol americano, que foi sucedido por mordidas agressivas de Hannibal Lecter.Assustados, os transeuntes seguraram Walter e levaram-no para o Hospital Psiquiátrico de New York, onde ele permaneceu calado quando perguntado da causa da briga, levando os médicos a conclusão de a pancada teria desencadeado sem nenhuma razão.
Kovacs foi encaminhado para o Hospital Lillian Charlton para crianças problemáticas em New Jersey, sob o argumento de que era constante vítima de agressões por parte de sua mãe. Lá ele se revelou um excelente aluno e era capaz de realizar longas e fundamentadas conversações com seus professores. Foi liberado do reformatório em com dezesseis anos, quando foi julgado apto para conviver em sociedade. Pouco antes de deixar o local, Walter foi informado que sua mãe, Sylvia Kovacs, teria sido assassinada por seu cafetão, George Paterson. Sua única reação foi definida em uma palavra: “Ótimo”.
Batman que me perdoe, mas, meu querido, ISSO SIM é um trauma de infância.
Fora da clínica, Kovacs trabalhou como operário não-qualificado numa indústria de confecção de roupas femininas. Em 1962, houve uma encomenda de um vestido feito pelo Dr. Manhattan; um tecido de látex com manchas sensíveis ao calor e a pressão.A cliente, uma mulher de nome italiano, não levou a roupa, dizendo que era uma peça feia. Kovacs, então, o levou consigo.Aprendeu a cortar com instrumentos aquecidos para selar o látex, porém, viu que o tecido não tinha utilidade, e logo o esqueceu.
Dois anos depois, Walter viu no jornal que a tal cliente, Kitty Genovese, havia sido estuprada, torturada e morta, enquanto os moradores assistiram. Ninguém chamou a polícia. Com o abandonado tecido, Kovacs fez um rosto que, segundo afirma, ele “pudesse tolerar quando olhasse no espelho”.

Durante a sessão psiquiátrica que Rorschach realiza com o Dr. Malcom Long, ele revela que, até 1975, ele era muito gentil com os criminosos; ele diz que os mimavas, os deixava vivos. Nesse ano houve um caso de sequestro; levaram Blaire Roche, uma menina de seis anos. Walter decidiu investigar por razões pessoais, mandou quatorze pessoas para o hospital, o décimo quinto denunciou. Ao chegar no local, o vigilante nota dois cachorros brigando por um osso, os ignora. Investigando a casa ele percebe que o osso era um fêmur humano.
A chegada de Rorschach na prisão, onde ele revela a história já contada, ocorre em 1985. Nessa época, os vigilantes mascarados eram foras-da-lei, já que este ato foi proibido pela Lei Keene em 77; todos os vigilantes penduraram a fantasia, exceto Rorshach. Quando essa lei foi sancionada, o herói mascarado deixou um corpo de um estuprador na frente de um departamento de polícia, com um bilhete de dizeresNUNCA.Uma armadilha levou o vigilante até uma casa abandonada cuja a localização é revelada para os policiais numa ligação anônima. Ao chegar no local, a NYPD é pega de surpresa pelo mascarado enquanto investigavam o prédio. Rorschach tem que se jogar da janela do terceiro andar e, ao atingir ao solo, é capturado pela polícia que vigiava a casa pelo lado de fora.
Já no presídio, há uma briga na fila do “grude”. O vigilante, agora sem seu “rosto”, assassina um detento que tnta esfaqueá-lo pelas costas na fila do lanche. Uma morte digna de Hollywood: Óleo fervente no corpo. Antes de ser levado até a solitária pelos guardas, Rorschach berra: Ninguém entendeu. Eu não estou preso aqui com vocês. Vocês é que estão presos aqui comigo!
Na solitária, o protagonista se vê diante de Big Figure (um dos mestres do crime preso por ele, na época da parceria com o Coruja II), acompanhado de capangas, um deles, segurando um soldador. Rorschach provoca um dos criminosos e consegue amarrá-lo as grades, impedido a entrada de seu carrasco. O servo de Big Figure mata o capanga preso às barras e entra na cela para tostar Kovacs. Antes que isso aconteça, Rorschach sobe na cama e, com um chute no vaso, faz a água escorregar até o pé de seu inimigo, fazendo com que ele se tostasse com o soldador.O vilão do crime foge pela prisão, seguido por Kovacs, que o encontra escondido no banheiro. Ouve-se uma descarga e, quando Rorschach sai do lavatório, encontra com o Coruja e com a Spectral. Logo mais, sangue começa a vazar pelo vão da porta do banheiro.
Evitando ainda mais spoilers sobre a Graphic Novel, pularemos para o mais dramático momento do personagem: Sua morte. Ou assassinato, como preferir.Ao descobrir o plano de Veidt, todos concordaram com o ex-Ozymandias. Exceto Rorshach. Ele sai da base do Alaska e prepara-se para rumar em direção a nave do Coruja, para poder revelar aos EUA quem é o responsável pela obliteração de metade de New York. Se você não assimilou esse trecho, tire a bunda da cadeira e dirija-se a livraria mais próxima para comprar Watchmen. Ou clique aqui. Que tipo de nerd é você?
Na saída da base, ele é parado por John Osterman, o Dr. Manhattan, e este o impede de voltar a América. Rorschach diz que o mal deve ser punido e, ao ouvir Osterman dizer que não poderá deixá-lo ir, a melhor página de Watchmen é apresentada aos leitores.
O fascinante desse personagem é sua visão do mundo: Ele considera Rorschach como sua verdadeira identidade – quando ele anda pela rua como fanático religioso (o homem que carrega a placa “The End is Nigh“), aquilo é seu disfarce. Kovacs abandonou sua vida real, como se virasse outra pessoa.
Além disso, pelo fato de Rorschach não ter superpoderes, sua história de vida é completamente plausível. Não seria estranho ver alguém com o passado semelhante ao personagem se tornando um sociopata cheio de ódio.
A proposta de Alan Moore foi perfeitamente representada em Rorschach – o mais próximo do ser humano que um combatente do crime ficcional jamais chegará.
"Carcaça de um cão morto no beco hoje de manhã com marcas de pneu no ventre rasgado. A cidade tem medo de mim. Eu vi sua verdadeira face. As ruas são sarjetas dilatadas cheias de sangue e, quando os bueiros transbordarem, todos os vermes vão se afogar. A imundice de todo sexo e matanças vai espumar até a cintura e as putas e os políticos vão olhar para cima gritando “salve-nos”… e eu vou olhar para baixo e dizer “não”
Foi Kovacs quem disse “Jesus” sobre o látex. Foi Kovacs quem fechou os olhos. Foi Rorschach quem abriu depois Rorschach mata os dois cães e, num pioneirismo para com jogos mortais, ele assassina o sequestrador da garota, Gerald Grice. O combatente mascarado taca fogo na casa com querosene e deixa o criminoso algemado à lareira, ao lado de uma serra. Antes de acender o fósforo, ele diz “Não tente serrar as algemas. Não dará tempo”.[1]


PS: Os textos foram  rigorosamente copiado das fontes citadas .Meu trabalho foi apenas a pesquisa

Rosangela Brunet
Psicoterapeuta -Gesalt terapia
Pós-graduação em Arteterapia na Educação e Saúde

Fonte Pesquisa



[1]Fonte: http://nostalgiafuturista.wordpress.com/2010/03/18/characters-sheet-01-rorschach/?blogsub=confirming#subscribe-blog 

Policiando o Pensador:Linhas Tortas Gabriel O Pensador


O policial disse:Ei,ei...parado você ai.
Disse o Pensador :Quem eu?
O policial : É você mesmo.Vai pra onde?
Pensador:Vou trabalhar
O policial O que é isso,é droga?
Pensador: Não,mas faz quem usa viajar.
O policial:É o que, e arma?
Pensador:Não,mas faz quem usa ser mais forte.
Policial: o que você vai fazer com isso?
Pensador:Eu vendo isso pra quem tem poder de compra dos que não podem comprar, a ajudo a aplicar no povo e explico o modo de usar. Eu vendo livros, cara.É um bom negócio .Honesto e bom.Pode crer. ...meu texto é simples e sincero.É tinta que sai da medula e não do ego. Eu chuto as palavras pra fora, e ela que vem me buscar
Policial: entendi.Quanto é? Vê um ai!!
Gabriel O Pensador
Linhas Tortas Gabriel O Pensador

"Alguns às vezes me tiram o sono, mas não me tiram o sonhoPor isso eu amo e declamo, por isso eu canto e componho

Não sou o dono do mundo, mas sou um filho do dono

Do verdadeiro Patrão, do verdadeiro Patrono

- E aí, Gabriel, desistiu do cachê?
- Cancelei um trabalho aí pra não me aborrecer.
- Explica melhor, o que foi que você fez?
- Tá, tudo bem, eu explico pra vocês:
Tudo começou na aula de português
Eu tinha uns cinco anos, ou talvez uns seis
Comecei a escrever, aprendi a ortografia
Depois as redações, para a nossa alegria
Professora dava tema-livre, eu demorava
Pra escolher um tema, mas depois eu viajava
E nessas viagens os personagens surgiam
Pensavam, sentiam, choravam, sorriam
Aí a minha tia-avó, veja só você
Me deu de aniversário uma máquina de escrever
Eu me senti um baita jornalista, tchê
Que nem a minha mãe, que trabalhava na TV
Depois, já aos quinze, mas com muita timidez
Fiquei muito sem graça com o que a professora fez
Ela pegou meu texto e leu pra turma inteira ouvir
Até fiquei feliz mas com vontade de fugir
Então eu descobri que já nasci com esse problema
Eu gosto de escrever, eu gosto de escrever, crer, ver
Ver, crer, eu gosto de escrever e escrevo até até poema

REFRÃO
Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão
- Ih, pensador, isso é grave, hein!
É, vovó dizia que eu já escrevia bem
Tentei me controlar, me ocupar com um esporte
Surf, futebol, mas não era o meu forte
Um dia eu fiz uns raps e achei que tava bom
Me batizei de Pensador e quis fazer um som
Ficar famoso e rico nunca foi minha meta
Minha mãe já era isso, eu só queria ser poeta
Meu pai, um homem sério, um gaúcho de POA
Formado em medicina, não podia acreditar
Ao ver o seu garoto Gabriel
Com um fone nos ouvidos viajando com a caneta no papel
- O que você tá fazendo? Vai dormir, moleque!
- Ah, pai, peraí, eu só tô fazendo um rap!
Ninguém sabia bem o que era, mas eu tava viciado naquilo
E viciei uma galera!



Não tô vendendo crack, não tô vendendo pó
Não tô vendendo fumo, não tô vendendo cola
Mas muitos me disseram que o que eu faço é viciante
E vicia os estudantes quando eu entro nas escolas
Até os professores às vezes se contaminam
Copiam minhas letras e textos e disseminam
Sementes do que eu faço, já não sei se é bom ou mau
Mas sei que muito aluno começa a fazer igual
Escrevendo poemas, escrevendo redações
Fazendo até uns raps e umas apresentações
Me lembro dos meus filhos e a saudade é cruel
Solidão me acompanha de hotel em hotel
Casamento acabou, eu perdi na estrada
O amor que ainda tenho é o amor da palavra
É falar e cantar, despertar consciências
Dediquei a vida a isso e a maior recompensa
É servir de referência pra quem pensa parecido
Pra quem tenta se expressar e nunca é ouvido
É olhar pra minha frente e enxergar um mar de gente

E mergulhar no fundo dos seus corações e mentes
É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas
É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas
Escrevo em linhas tortas, inspirado por alguém
Que me deu uma missão que eu tento cumprir bem
Escuto os corações, como um cardiologista
Traduzo o que eles dizem como faz qualquer artista

Que ganha o seu cachê, que é fruto do trabalho
De cigarra e de formiga, e eu não sei o quanto eu valho
Mas sei que quando eu ganho, divido e multiplico
E quanto mais eu vou dividindo, mais fico rico
Rico da riqueza verdadeira que é de graça
Como um só sorriso que ilumina toda a praça
Sorriso emocionado de um senhor experiente
Em pé há duas horas debaixo do sol quente
Ouvindo os meus poemas em total sintonia
Eu sou ele amanhã, e hoje é só poesia.
Gabriel O Pensador
Linhas Tortas Gabriel O Pensador

Eu

Por Rosangela Brunet "O meu mundo não é como o dos outros: quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia...